Deus não precisa de nada nem de ninguém porque é autossuficiente; Porém, o seu amor por nós é tão grande – ilimitado – que costuma nos fazer participar do seu trabalho! Nesse sentido, ele pede a nossa ajuda e, com isso, torna-se vulnerável e necessitado.
O Evangelho, nas suas diferentes versões, apresenta-nos esta pedagogia divina. Tomamos como exemplo cinco passagens bíblicas e, em todas elas, apontamos três momentos-chave: a) Jesus pede a colaboração humana, b) A colaboração humana é dada plenamente e c) Jesus faz o milagre.
1 AS BODAS EM CANÁ: JO 2,1-11
Contexto: Jesus, sua mãe e seus discípulos assistem a um casamento em Caná da Galiléia. No meio da festa o vinho acaba. Sua mãe intervém com aquelas memoráveis palavras dirigidas aos servos: “ Façam o que Ele lhes disser ”.
a) Jesus pede a colaboração humana: “ Encham os jarros com água ”.
b) A colaboração humana ocorre de forma plena: “ Eles os encheram até a borda ”.
c) Jesus faz o milagre: transforma aquela água abundante no “ melhor vinho ”.
Conclusão: A maravilha do milagre que Jesus planejou realizar não necessitava de água como matéria-prima. Na verdade, ele poderia muito bem ter feito o vinho aparecer naquelas jarras vazias; No entanto, ele queria a colaboração humana em seu trabalho. Neste contexto, Jesus deu aos comensais “ o melhor vinho ”…não só daquela história, mas da história.
2 JESUS ALIMENTA UMA MULTIDÃO: MATEUS 14:13-21
Contexto: Jesus retira-se para um lugar despovoado. A multidão corre à sua frente. Ele tem pena deles e cura os enfermos. À noite, os discípulos pedem-lhe que dispense a multidão para que encontrem comida.
a) Jesus pede a colaboração humana: diz aos seus discípulos “ dai-lhes de comer ”… e depois “ trazei-os ” (os pães e os peixes).
b) A colaboração humana é dada plenamente: “ Temos aqui apenas cinco pães e dois peixes .”
c) Jesus faz o milagre: “Todos comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. E os que comeram foram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Conclusão: Os discípulos estavam enfrentando um grande problema.
– O pedido impossível (humanamente falando) de Jesus: “ Dá-lhes de comer .”
– Havia muita gente: “ Cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças .”
– Eles não tinham dinheiro. O evangelista João ressalta: “ Duzentos denários de pão não bastam para cada um levar um pouco ”.
– Estão em local inadequado: “ O local está despovoado e já é tarde; “Dispensar a multidão para que possam ir às cidades comprar algo para comer .”
O importante não é o valor do itacate (pelo evangelista João sabemos que era propriedade de um menino; que é anônimo para nós, mas não para Jesus), mas o fato de ele ter dado tudo. Jesus aceitou esta oferta generosa para alimentar a multidão faminta.
3 JESUS RESSUSCITA LÁZARO: JOÃO 11:1-46
Contexto: Jesus e seus discípulos vão para Betânia, terra de seus queridos amigos Lázaro, Marta e Maria. Quando chegou, Lázaro “ já estava no túmulo há quatro dias ”. Jesus começou a chorar porque o amava muito. Ele foi ao túmulo.
a) Jesus pede a colaboração humana: “ Tire a pedra ” (do túmulo)…e depois: “ Desamarre-o e deixe-o ir ” (ao Lázaro ressuscitado).
b) A colaboração humana ocorre de forma plena: “ Retiraram a pedra ”, mesmo que ela cheirasse mal depois de quatro dias morta.
c) Jesus faz o milagre: “ O morto saiu com os pés e as mãos enfaixados e o rosto envolto numa mortalha .”
Conclusão: O presságio do milagre que ele planejava realizar exigia ajuda?… ele não poderia ter ordenado que a pedra se movesse?… ou que as amarras cedessem? Se ele pudesse ter feito o maior (trazer os mortos de volta à vida), é claro que poderia ter feito o mínimo; Contudo, a pedagogia divina aponta a necessidade da colaboração humana.
4 JESUS CURA UM ALEIJADO: MARCOS 3:1-6
Contexto: Jesus entra na sinagoga. Ele conhece um homem com a mão paralisada. Os fariseus estão observando para ver se ele o cura no sábado para acusá-lo de infringir a lei.
a) Jesus pede a colaboração humana: pede ao aleijado: “ fica no meio ”…e depois: “ estende a mão ”.
b) A colaboração humana ocorre plenamente: “ O homem estendeu-a …”
c) Jesus faz o milagre: “… e a mão ficou curada .”
Conclusão: O pedido de Jesus ao aleijado para estender a mão quando a pessoa é impedida de fazê-lo parece ilógico; mas ele se esforça e aí encontra a saúde, no esforço humano e na colaboração.
5 A CAPTURA MILAGROSA: LUCAS 5, 1-11
Contexto: Jesus prega para uma multidão. Enquanto eles se aglomeravam ao seu redor, ele sobe no barco de Simão na margem do Lago Genesaré para pregar para eles. Ao terminar, dirige-se a Simón:
a) Jesus pede a colaboração humana: “ Navegar no lago e lançar as redes para pescar .”
b) A colaboração humana é dada integralmente: “ Mestre, trabalhamos a noite toda e não conseguimos nada; mas, já que você diz, lançarei as redes .”
c) Jesus faz o milagre: “ Eles fizeram isso e pegaram tanta quantidade de peixes que as redes estouraram .”
Conclusão: Jesus precisava de pesca para comer? Sem dúvida que não, mas Jesus, mais uma vez, pede ajuda humana e, nela, realiza dois prodígios: a pesca milagrosa, e a resposta ao apelo que faz a Simão para ser pescador de homens: “ Então, atracando os barcos, “Eles deixaram tudo e o seguiram .”
Você está disposto? Você está disposto?
Considerando esta pedagogia divina, convidamos você a responder ao seguinte:
– Você está disposto a encher suas talhas até a borda, confiando que Ele, Jesus, fará o milagre de converter sua água abundante no melhor vinho?
– Você está disposto a dar a Jesus seus cinco pães e seus dois peixes, confiando que Ele realizará o milagre de multiplicar aquela ithacate para alimentar as multidões famintas ao seu redor?
– Você está disposto a retirar a pedra do túmulo, confiando que Ele, Jesus, fará o milagre de lhe devolver a verdadeira vida para que você não viva como morto?
– Você está disposto a ir contra a lógica humana para entrar na vontade divina (sempre plena e perfeita), fazendo o esforço de estender a mão aleijada, ou lançando as redes no mar estéril da sua vida?
– Concluindo, você está disposto a arriscar toda a sua vida por Jesus?