Deus, misericordioso e amigo

    Nossa fé eficaz no seguimento de Jesus nos leva a gestos concretos, como os de Zaqueu, antes muito rico e poderoso, despojou-se de tudo, partilhou tudo e se tornou pobre e solidário como o Senhor, que decidiu hospedar-se em sua casa.
    A primeira leitura do trigésimo primeiro domingo do Tempo Comum(Sb 11,22-12,2) nos presenteia com uma das mais eloqüentes definições de Deus: Ele é. Por excelência, o Todo-Poderoso e o amante da vida; Ele revela seu poder na compaixão e acende em cada criatura uma centelha do divino. Isso, contudo, não nos deve conduzir a um falso êxtase, pois o grande desafio é poder contemplar o divino no humano e em cada ser criado.
    Se soubermos ler com olhar de humildade e compaixão, a realidade que nos cerca, descobriremos em cada criatura uma centelha do Criador e a criação inteira será um grande mosaico do rosto de Deus. Isso, contudo, não nos deve alienar: há tantas realidades que precisam ser transfiguradas! Ser cristão é não se omitir.
    Zaqueu era uma dessas realidades desfiguradas do rosto de Deus. Para ele, vida significava muito dinheiro proporcionando muito poder. Jesus lhe mostra outra realidade: vida significa partilha e poder significa dispor-se a servir a vida dos outros, particularmente os pobres e necessitados.
    A segunda vinda de Cristo não pode causar transtornos, nem alarmes, nem paralisia de nossa fé, que tem de ser ativa e não, passiva. A segunda leitura põe em crise um tipo de fé e religião que amarram as pessoas com cordas de medo e intimidação. O Senhor voltará, diz São Paulo, mas será um tempo imprevisível e terá como objetivo “nossa união com Ele”.
    Desta forma, São Paulo nos exorta a que não esperemos sentados a segunda vinda do Senhor, mas que estejamos ativos, sempre agindo em favor da construção do Reino, que será sempre um Reino de amizade, solidariedade e misericórdia.

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