A dependência, cujo diagnóstico é multifatorial, incluindo a compulsão até o abandono das atividades sociais. Deste modo, o diagnóstico é de suma importância para a escolha da estratégia de enfrentamento no contexto do eficaz tratamento.
No Brasil, atualmente, seguindo o modelo construído durante a Reforma Psiquiátrica, o tratamento deve estar apoiado no Projeto terapêutico singular, que segue as premissas estabelecidas pelo National Institute on Drug Abuse (NIDA), dos Estados Unidos, e incluem não apenas os aspectos médicos ou biológicos, mas prioriza abordagens psicoterapêuticas e psicossociais em tratamento ambulatorial, já que o tratamento visa a reinserção social do usuário.
A determinação da dependência química deverá ser realizada de acordo com os padrões médicos aceitos internacionalmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e de acordo com o Tratado de Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental e a Melhoria da Assistência à Saúde Mental, sendo que nunca devem ser fatores determinantes para o diagnóstico de um transtorno mental: os conflitos familiares ou profissionais, a não conformidade com valores morais, sociais, culturais, políticos ou religiosos da comunidade da pessoa, ou, por si só, uma história de tratamento anterior ou uma hospitalização como usuário.
A dependência de drogas é analisada em diversos modelos sustentados por variadas perspectivas teóricas, metodológicas e epistemológicas. Pode ser considerada um transtorno heterogêneo, dada a complexidade dos motivos e dado o modo como afeta as pessoas em variados contextos, possibilitando sua compreensão. A síndrome de dependência pode ser compreendida como um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos em que o uso de substâncias adquire maior prioridade que outros comportamentos.
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o uso abusivo de drogas como uma doença crônica e recorrente. Para esta instituição, o uso de drogas constitui um problema de saúde pública, que vêm ultrapassando todas as fronteiras sociais, emocionais, políticas e nacionais, preocupando toda a sociedade.
Segundo dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, muitos são os fatores que podem motivar o uso de drogas, como: a busca de prazer, amenizar a ansiedade, tensão, medos e até aliviar dores físicas. Quando a utilização dessas substâncias se dá de forma abusiva e repetitiva, sem que haja um controle do consumo, frequentemente instala-se a dependência.
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a dependência química caracteriza-se pela presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, indicando que o indivíduo continua utilizando uma substância, apesar de problemas significativos relacionados a ela. A dependência química é definida pela 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. CID F19: Transtornos mentais e comportamentais causados pelo uso de múltiplas drogas e outras substâncias psicoativas.
Se libertar da dependência química, é necessário usar as seguintes ferramentas: a terapia, atividades físicas, lazer, hobby, dependendo do quadro clínico, internação e a farmacologia.
Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.
Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.
Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.
Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).
Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica
Fontes:
https://www.scielo.br/j/rlpf/a/qB7VP9CN7LZ4948W9NRpW4D/
https://www.scielo.br/j/cadsc/a/grK6FP4DKf8CtbRBc558MWh/
Organização Mundial da Saúde. Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID 10. Brasília: OMS; 2008. 74 p.
American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders: DSM-5. 5th ed. Washington: APA; 2014.
Crauss, R. M. G., & Abaid, J. L. W. (2012). A dependência química e o tratamento de desintoxicação hospitalar na fala dos usuários. Contextos Clínicos, 5(1),62-72.