Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum

             Ao celebrar o décimo primeiro domingo do tempo comum, continuamos a nossa caminhada eclesial na história. Tempo de catequese, onde meditamos os ensinamentos de Jesus, necessários para a vida comum dos cristãos. É o tempo de caminhar levado pelo Espírito Santo, após termos celebrado os grandes mistérios da Encarnação e Redenção, que continuam presentes em nossa liturgia. A Liturgia dominical tem dois momentos inseparáveis: Liturgia da Palavra (Deus fala para a Assembléia) e a Liturgia do Pão (Deus nos alimenta com o Pão de céu). A Palavra nos ilumina, mas o Pão nos alimenta e cura nossas enfermidades! E Santo Agostinho nos afirma: “Quem celebra com fé e devoção a Eucaristia dominical, torna-se aquilo que celebra!” Celebrar com fé e devoção significa tornar-se semelhantes a Cristo, o Filho de Deus vivo!

             Na primeira leitura deste domingo, – Ex 19, 2-6a – o Povo de Israel, sem mérito algum pessoal, foi escolhido por Deus como parceiro de caminhada e de luta para implantar o Reino de Deus sobre a terra. Se o Povo guardar fidelidade ao compromisso de Aliança, “sereis para mim a porção escolhida dentre todos os povos!”. No Antigo Testamento, Deus faz a aliança com povo de Israel. Deus o resgatou do Egito (terra de escravidão) com mão forte e celebrou com ele, ainda no deserto, uma Aliança de paz e proteção. Esta Aliança foi renovada por Jesus, em seu próprio sangue, ao morrer crucificado em Jerusalém. Nesta Aliança somos inscritos desde a celebração de nosso Batismo! Se mantivermos fidelidade a esta Aliança, seremos salvos; do contrário, retornaremos ao tempo da escravidão. A Nova Aliança, celebrada no Sangue de Jesus, nós a renovamos todas as vezes que nos reunimos e celebramos a Eucaristia. Esta Aliança precisa ser renovada e fortalecida participando da “Ceia Pascal de Jesus!”  A celebração da Aliança não é somente em proveito nosso, mas ela nos fortalece no compromisso missionário em favor dos nossos irmãos. A Aliança é salutar quando nos torna missionários de Jesus Cristo junto aos outros que ainda não conhecem Jesus.

             Na segunda leitura – Rm 5,6-11 – Deus age por amor: Ele nos escolheu quando, ainda, éramos pecadores, mediante a morte de Jesus Cristo. Em Deus, tudo é gratuito: Escolheu-nos de graça e perdoa-nos gratuitamente, pelo Sangue de Jesus Cristo!

             No Evangelho – Mt 9,36-10,8 – o Plano de Deus é gratuito, do começo ao fim, mas resulta em missão e parceria na salvação do mundo: Devemos distribuir gratuitamente tudo aquilo que recebemos. A salvação que recebemos de Deus deve ser repassada ao mundo inteiro. Assumir a missão de evangelizar deve ser nossa resposta gratuita. No Evangelho, vemos que Jesus chama os doze Apóstolos e lhes dá uma missão.

             O Evangelho da Missa deste Domingo refere algo que deve ter acontecido muitas vezes enquanto o Senhor percorria cidades e aldeias pregando a chegada do Reino de Deus: ao ver a multidão, encheu-se de compaixão por ela, comoveu-se no mais íntimo do seu ser, porque estavam fatigados e prostrados como ovelhas sem pastor, profundamente desorientados. Jesus então dirigiu-se aos seus discípulos e disse: A messe é muita, mas os operários poucos.

             Para que haja muitos operários que trabalhem lado a lado e com entusiasmo neste campo do mundo, cada um no seu lugar, o próprio Senhor nos ensina o caminho a seguir: Rogai, pois, ao Senhor da Messe, que envie operários à sua messe. Jesus convida-nos a orar para que Deus desperte na alma de muitos o desejo de um maior compromisso nesta tarefa de salvação. A oração é o maior meio de pedir a Deus mais operários. Todos os cristãos devem rezar habitualmente para que o Senhor envie operários à sua messe. E se o fizemos com uma oração contínua, confiante e humilde, não só conseguiremos do Senhor novos operários para o seu campo, como nós mesmos nos sentiremos chamados a participar com muito mais audácia nessa missão divina.

             O Senhor, que poderia realizar diretamente a sua obra redentora no mundo, quer necessitar de discípulos que o precedam nas cidades, nos povoados, nas fábricas, nas universidades, para que anunciem as maravilhas e as exigências do Reino dos Céus. É evidente que a Igreja – nossa Mãe – necessita dessas vocações de apóstolos, em cujas mãos está em boa parte a evangelização do mundo. Não devemos esquecer que Deus chama a muitos. Que a Virgem Maria, nos faça escutar e responder com eficácia o chamado que nos faz! E que nunca nos faltem santas e entusiasmadas vocações para a santificação do Povo de Deus!

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