CRISTO REDENTOR SE PREPARA PARA A CELEBRAÇÃO DE SEUS 90 ANOS COMO MONUMENTO QUE MARCA A PRESENÇA CATÓLICA NO BRASIL

Nesta segunda-feira, 12 de outubro e de solenidade de Nossa Senhora Aparecida, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, presidiu uma missa em ação de graças no Corcovado pelos 89 anos da inauguração do monumento do Cristo Redentor. A celebração eucarística, organizada pelo reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo, fez parte da programação das comemorações do monumento, que tem sido preparado para o seu aniversário de 90 anos. O prelado disse:

“De qualquer lugar no mundo, quem vê a imagem do Cristo Redentor, no alto do Corcovado, logo identifica o nosso país. O monumento, que é um dom da Igreja, presente em nossa arquidiocese do Rio de Janeiro, tem muitos simbolismos e, um deles, é o mosaico de pedras-sabão que revestem o seu corpo. Atrás de cada uma delas estão os nomes das pessoas que ajudaram a construir o monumento. Quando nos revestimos de Jesus Cristo por meio da unidade e da comunhão, podemos construir mais que um monumento. O Redentor, de braços abertos, nos ensina que podemos ter um mundo de irmãos.”

Viver como irmãos, de braços abertos

Na única Casa Comum para todos, dom Orani apontou a necessidade do diálogo e da comunhão para se viver como irmãos. Ao destacar a nova encíclica do Papa Francisco, “Fratelli tutti”, assinada no dia 3 de outubro, no túmulo de São Francisco, em Assis, ele convidou os cristãos e todas as pessoas de boa vontade a viverem como filhos e filhas de um mesmo Pai que quer o bem de todos: “nestes tempos, em mudança de época, vemos o crescimento de ideologias e intolerâncias que dividem e dificultam a vida das pessoas. Há necessidade de uma convergência para viver como irmãos, de braços abertos. Somos chamados a construir juntos um mundo onde as pessoas possam conviver na fraternidade, respeitando a diversidade de ideias, soluções e pensamentos”.

Na reflexão da Palavra de Deus, dom Orani destacou que os cristãos, inspirados na missão de Maria, devem anunciar e apresentar Jesus Cristo, o Redentor, como a única solução para um mundo de irmãos. Disse que, assim como a rainha Ester pediu pela vida do seu povo, Maria continua hoje, como fez nas Bodas de Caná, a interceder pelas necessidades dos filhos de Deus.

“A missão de Maria é de apresentar seu filho, Jesus Cristo, ao mundo. No episódio em Caná, não se trata simplesmente de uma festa de casamento que faltou vinho. Falta o necessário para que as pessoas possam viver na alegria como irmãs, filhas de Deus”, frisou o prelado. “Maria é aquela que está atenta e intercede por nossas necessidades. Ao mesmo tempo, ela nos orienta para que a água se transforme em vinho, para que as coisas aconteçam e se transformem. ‘Fazei tudo o que Ele vos disser’, disse ela. Que do alto do Corcovado nós possamos também escutar a voz de Cristo, aqu’Ele que realiza maravilhas e transforma nossos corações, e que Ele nos inspire em ajudar e a querer o bem às pessoas”, disse o arcebispo.

Nossa Senhora Aparecida que acolhe o Brasil

Dom Orani destacou que o Brasil nasceu cristão e que Maria, há 303 anos, continua sua missão de mostrar o Redentor ao mundo, e que no Corcovado, de braços abertos, representa a abertura e acolhimento do povo brasileiro. Missão que desempenha por meio da pequena imagem que foi encontrada por pescadores no fundo do Rio Paraíba do Sul, num episódio cheio de simbolismos: “a missão de Maria é anunciar Jesus Cristo para todas as pessoas que necessitam de uma nova vida. A pesca, as redes, os peixes, são símbolos da evangelização, e a água sinal do batismo. De maneira especial, a imagem que aparece é enegrecida, se identifica com os escravos, as pessoas mais excluídas da época”, disse dom Orani, que acresentou:

“A imagem, a que invocamos como Nossa Senhora Aparecida, estava quebrada em dois pedaços, e, mais tarde, já no século XX, foi despedaçada por um fanático em centenas de pedaços. Porém, a imagem sempre foi reconstruída, lembrando que é possível reconstruir a comunhão, a unidade e o respeito às diversidades, para o bem de todos.”

Na conclusão, Dom Orani convidou os fiéis, do alto do Corcovado, a elevarem preces a Deus por intercessão de Maria, para que os cristãos possam fazer a sua parte, na busca de novos caminhos para a transformação dos corações e por um mundo onde todos vivam como irmãos: “devemos continuar a confiar na intercessão de Maria e seguir em frente, mesmo com as investidas dos dragões e das serpentes, pois sabemos que os valores cristãos podem transformar a sociedade. Seguir em frente, como Igreja que somos, por um diálogo com os demais cristãos, as religiões, a cultura, e que tudo possa convergir para o bem, a fraternidade e a paz”.

Com informações e fotos da arquidiocese do Rio de Janeiro 

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