Convite à solidariedade

    Como olhar para a humanidade na sua beleza e na sua preciosidade? Pensemos na novidade bela, preciosa e concreta: a de tempos novos e esperançosos, antevendo o futuro do mundo e da própria Igreja. Que Deus nos dê a graça de nos inspirar, na sua instauração continuada, nos profetas e na liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum, e nos coloque diante do profeta Amós. Deus o chamou enquanto cuidava do rebanho, dizendo: “Vai profetizar para meu povo, Israel” (Am, 7, 15).

    Deus o envia a uma terra estranha para proclamar o anúncio da justiça e da paz: torna-se malquisto pelo sacerdote do lugar, que o tenta expulsar, mas Amós não se curva; ao contrário: persiste com toda a força e lucidez, na graça da vocação divina, na obrigação de falar, “sem medo de ser feliz” e com a liberdade de Deus e em nome de Deus, não buscando o próprio interesse, querendo agradar e ser leal tão somente ao seu Deus, na  proclamação do seu projeto de amor, dizendo não a tudo que é promiscuidade entre a religião e o poder.

    O profeta carrega consigo as marcas da resoluta expectativa; mesmo nos nossos dias, ele anuncia que não se pode prescindir de novos horizontes e da esperança que não é enganosa. Foi o que aconteceu com o Pe. Lino Allegri, que também se tornou indesejado e malquisto, a ponto de dizerem, mesmo sendo cidadão brasileiro, residindo há 50 anos na terra de Santa Cruz: “Vá embora, não precisamos de você aqui”. Solidariedade não lhe faltou, inclusive do nosso grupo, o da Fraternidade Sacerdotal + Jesus Caritas – Região Nordeste, e a Fraternidade de FORTALEZA, com a seguinte nota:

    Vem a público se manifestar, repudiando e ao mesmo tempo se solidarizando com o Pe. Lino Allegri, sacerdote fidei donum, nos seus 56 anos de ministério sacerdotal, diante de vândalos bolsonaristas, incomodados com sua homilia, na solenidade de São Pedro e São Paulo. Quanta desfaçatez sórdida, mesquinha, ignóbil e truculenta, sofrida pelo sacerdote de 82 anos, no domingo, dia 4 de julho de 2021, após a missa, na sacristia da Paróquia da Paz. Foram pessoas que se dizem boas e irmãos na fé, mas que parecem mais malévolos facínoras, numa postura desintegrada e implacavelmente bárbara, incomodados com a palavra de Deus que deve ser vivida e encarnada, a partir da face reveladora, na vida dos pobres e excluídos.

    Que a Igreja, para exercer com firmeza e fidelidade a Deus sua missão profética, coloque na mente e no coração, através dos seguidores de Jesus de Nazaré, as palavras do Papa Francisco: “Um verdadeiro profeta é aquele que é capaz de chorar por seu povo e também de dizer as coisas fortes quando for necessário. Não é morno, é sempre assim, direto. É um homem de esperança”. Assim seja!

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