Conhecer para dialogar: 5 frequentes mal-entendidos islâmicos sobre o cristianismo

Da identidade de Jesus ao “politeísmo” da Trindade, passando pelas cruzadas e pelo imperialismo ocidental

Por um lado, respeito e amizade; por outro, espanto e aversão. É oscilante a visão que os muçulmanos têm do cristianismo.

Foi lançado recentemente na Itália o livro “I figli del Corano. L’islam oltre i luoghi comuni” [“Os filhos do alcorão: o islã por trás dos clichês“, ainda sem edição em português], do padre salesiano Pier Giorgio Gianazza, que aborda o que é dito no alcorão sobre os cristãos e o cristianismo.

Existe amizade e estima em passagens como estas: “Verás que os mais cordiais amigos daqueles que acreditam (os muçulmanos) são os que dizem: somos cristãos. Isto porque entre eles há padres e monges e porque não são soberbos” (5,82); “Enviamos Jesus, filho de Maria. Demos-lhe o Evangelho e no coração de seus seguidores pusemos mansidão e misericórdia” (57,27).

Em paralelo, aqui estão 5 preconceitos comuns entre os muçulmanos a respeito do cristianismo.

1 – JESUS ​​NÃO É O FILHO DE DEUS
As numerosas referências do alcorão a Jesus são de louvor, respeito, grande consideração e veneração, mas sempre considerando-o um simples homem, ainda que eminente profeta. O livro sagrado do islã nega expressamente e com ênfase tanto a divindade de Jesus quanto a Trindade cristã, além de rejeitar algumas práticas cristãs como monaquismo. Jesus não é Deus, nem é Seu Filho.

2 – POLITEÍSMO
Justamente por causa da Trindade (Deus é um e três), não faltam os muçulmanos que consideram os cristãos “meio politeístas” ou “pseudomonoteístas”. Daí o rótulo de kuffar (infiéis, incrédulos) que alguns muçulmanos aplicam aos cristãos. O cristão seria infiel à mensagem religiosa de Jesus e teria deturpado o seu Evangelho.

3 – EVANGELHOS NÃO VERDADEIROS
Somente o alcorão, do ponto de vista islâmico, representa a figura autêntica de Jesus: um sinal de Deus, um grande profeta que opera milagres, mas um simples homem, que não foi crucificado. O verdadeiro e único Jesus seria aquele descrito e proposto pelo alcorão, não aquele que teria sido “alterado” pelos quatro Evangelhos e pelos seus apóstolos, especialmente por Paulo.

4 – MISTÉRIOS ABSURDOS
E os chamados mistérios cristãos, como a Trindade, a Encarnação, a Eucaristia, a Cruz, a Redenção? Para eles, além de complicados, inaceitáveis e quase absurdos, eles são inúteis. Entre as virtudes do cristão, eles admiram o perdão e até o amor aos inimigos, mas não os compartilham nem os seguem, porque os acham impossíveis ou inconclusivos. Quanto ao celibato pelo Reino de Deus, eles o consideram não só contrário à natureza humana, mas também ao plano divino de crescimento da humanidade.

5 – CRISTIANISMO = OCIDENTE
Os muçulmanos em geral veem a Igreja mais como um poder temporal do que espiritual, além de equipararem o cristianismo ao Ocidente (visto principalmente em suas expressões negativas de imperialismo, colonialismo, laicismo, materialismo, relativismo). Eles ainda evocam constantemente a época das Cruzadas, vendo na história cristã um esforço proselitista de dominação do mundo e eliminação das outras religiões, o que obstaculiza o diálogo.

Fonte: Aleteia

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