Comunhão Eclesial: de Pedro a Francisco

    Na solenidade dos santos Pedro e Paulo, a Igreja comemora também o Dia do Papa. É uma oportunidade de manifestarmos nossa unidade com aquele que sucede a Pedro na missão de confirmar os irmãos na fé, e de conduzir a barca da Igreja em meio às turbulências deste mundo. Somos chamados a viver em unidade com o Santo Padre e a rezar por ele e em suas intenções. Uma unidade efetiva e afetiva.

    A dimensão de comunhão e colegialidade apostólica é um sinal visível do amor do bom pastor, que vem desde São Pedro, primeiro papa da história.  O Papa é Pontífice da comunhão, isto é, aquele que faz a ligação ou a ponte entre Jesus Bom, o Bom Pastor, e os demais pastores na condução de sua Igreja Peregrina na história.  Ele é o Peregrino que percorre caminhos de comunhão e colegialidade apostólica. Cabe ao Pastor apascentar e conduzir seu rebanho sobre o prisma do carisma que une e reconcilia a humanidade.

    É, pois, na qualidade de Pastor Universal da Igreja, que Francisco, o que “veio do fim do mundo”, como ele mesmo se definiu no ato de sua apresentação junto ao balcão central da Basílica de São Pedro por ocasião de sua eleição pontifícia, é como que toda a Igreja que peregrina com ele no seu jeito simples e humilde de ser Pastor pela comunhão, que alcança a universalidade da igreja universal.

    Esta dimensão de comunhão e colegialidade é uma vocação que se configura especificamente a capacidade do pastor. Também Pedro, nos primórdios da fé cristã, revelou esta mesma capacidade quando se tornou o primeiro da linha de sucessão apostólica, confirmando a fé recebida dos Apóstolos a partir da experiência com o Mestre e Pontífice por excelência, Jesus Cristo. Pedro, que viveu com Ele, foi aprendendo deste jeito afável e simples do Pastor conduzir o rebanho na caridade.  Esta marca de unidade e comunhão no amor fez de São Pedro modelo para os pastores que lhe sucederam e sucederão ao longo da história da Igreja.

    Pedro deixou esta marca de pastor que acolhe, escuta, confirma e, sobretudo, que ama com um amor incondicional, revelando o seu afeto e desejo de estar próximo de nós, o seu rebanho. Francisco de Roma é o pastor universal que tem se mostrado próximo e compassivo, sobretudo no seu jeito de escutar, acolher e pacificar a humanidade. Também a nós, o rebanho, cabe-nos esta dimensão de unidade e retribuição no mesmo horizonte de comunhão e de amor com afeto filial de rebanho que acolhe e escuta o seu pastor, atentos sempre à escuta de seus ensinamentos proféticos e missionários. Antes de tudo, acolher a Palavra de Deus anunciada e testemunhada pelo Papa.

    O Concílio Ecumênico Vaticano II, mormente na Constituição Dogmática Lumen gentium, sublinhou que é o Espírito Santo quem Santifica o povo de Deus, enriquecendo-o com dons e graças divinas. Tais graças brotam, como sabemos, em diversos lugares e de diferentes formas. São o resultado dos dons hierárquicos e carismáticos que, por sua vez, alicerçam o caminho da reforma eclesial com o pastor. É o mesmo Espírito Santo quem adorna a Igreja e a prepara para servir o povo, ao estilo de Jesus, o Bom Pastor, que entregou a Sua vida por amor à Humanidade. Cristo permanece o modelo e o caminho, mas a ação evangelizadora da Igreja decorre da presença do Espírito. O amor que irmana do coração do Sumo Pontífice é o mesmo que conduziu Pedro no exercício de seu múnus pastoral; este dom é sem fronteiras e por isso é este espírito de unidade e comunhão que conduz a vocação pastoral do Papa Francisco em nossos dias.

    Rezemos, amados irmãos, nas intenções do Santo Padre, o Papa Francisco, para que Deus, concedendo-lhe saúde, continue sendo o arauto da misericórdia do Evangelho.

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