Comissão Especial elabora propostas ao processo do Sínodo da Amazônia em 2019

A Comissão Episcopal para Amazônia (CEA) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) encontra-se reuniu-se de 20 a 21/02, em Brasília-DF. Entre as discussões, na pauta, está a preparação do Sínodo para Amazônia cujo tema é “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, que será realizado em outubro de 2019 em Roma, mas para isso, a Comissão e Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) buscam sinalizar caminhos para uma efetiva participação das comunidades da região Amazônica na preparação do mesmo. Outro assunto da pauta se refere à proposta de tema e a definição da programação para o “III Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal”, que se realiza a cada dois anos e conta com a participação de todos os bispos e coordenadores de pastoral dos regionais da CNBB na Amazônia Legal e pessoas convidadas. O encontro será realizado em agosto deste ano, em Manaus (AM).

Diante dos grandes desafios na Amazônia, o presidente da CEA e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), dom Cláudio Cardeal Hummes, convida a partir da convocação do papa Francisco para o Sínodo da Amazônia a rever os caminhos da Igreja na região. “A Igreja precisa rever sua presença, seus caminhos. Formular e construir novos caminhos, não pode ficar sentada, acomodada, numa rotina pastoral e missionária dentro de um certo esquema, precisamos ser capazes de se levantar e ter a coragem de caminhar e aceitar o novo”, enfatiza o cardeal. Dom Cláudio, lembra ainda que é preciso ser uma Igreja presente, vizinha que também cuida da natureza, envolvida com a temática ecológica.

Reunião da Comissão Especial para a Amazônia. Foto: Matheus de Souza.

O Cardeal recordou o papa Francisco na Encíclica Laudato si’ “que trata justamente desta crise global, que afeta todo o planeta e não apenas algumas regiões”. Dom Claudio observou que o papa convoca a sociedade humana a somar forças para superar a crise e que a Igreja também precisa se envolver neste esforço. “O papa diz que a terra é nossa casa comum, que está correndo risco iminente de não poder mais oferecer condições de vida aos seres deste Planeta”, lembro a bispo. “O risco é iminente e fatal. Contudo, ainda há tempo para afastar este risco, mas não muito. Por isso, é urgente uma ação também da Igreja”, sinaliza dom Cláudio.

“A Igreja também orienta a humanidade para cuidar da terra, segundo as indicações de Deus. Porém, o mais importante em nossa fé cristã, relativo à terra, é que o Filho de Deus se fez homem para nos salvar da morte e de todos os males. Fez-se homem e tomou o nome de Jesus. O corpo de Jesus, como qualquer corpo humano, é feito dos elementos da terra. Assim, Deus se uniu definitivamente e de modo radical com nosso planeta. Este corpo de Jesus morreu na cruz e depois ressuscitou glorioso e vencedor e está definitivamente junto de Deus. Ora, nesta morte e ressurreição gloriosa a terra toda, presente no corpo de Cristo, toma parte. Assim, há em Cristo uma nova criação e no final dos tempos todo o universo criado de alguma forma misteriosa participará do Reino definitivo de Deus, como nova criação”, afirma dom Cláudio.

O secretário da CEA e coordenador da REPAM-Brasil, dom Erwin Krautler, fala sobre a articulação que a Comissão e a REPAM-Brasil pretendem realizar na Amazônia brasileira nos próximos dois anos em vista da caminhada da Igreja na Região e a preparação para o Sínodo. “Fizemos um apanhado de ideias, com peritos e o resultado é que agora devemos partir para a nossa contribuição de Amazônia brasileira. O Sínodo não vai acontecer se não ouvir o clamor dos povos. A preparação para o Sínodo tem de ficar bem articulado com as bases, temos que ouvir o que o povo vive e sente. E quando falo povo quero dizer: os indígenas, os ribeirinhos, o povo que está na cidade, as comunidades quilombolas e especialmente aqueles que estão marginalizados e que estão menos favorecidos”, indica dom Erwim.

“O objetivo principal do Sínodo é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”, sinalizou o papa Francisco, em outubro de 2018, ao convocar o Sínodo para a Amazônia.

Por Osnilda Lima, fsp – REPAM-Brasil

 

Fonte: CNBB

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