Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

    A Igreja celebra, neste dia 2 de novembro, a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, uma forma de rezar por aqueles parentes e amigos que já se foram para a eternidade. Não é uma celebração de tristeza, não é um dia de luto, mas pelo contrário é uma celebração de saudade e de esperança na Ressurreição e na vida eterna. Neste ano de modo especial, as dores de tantas famílias que nem sequer puderam participar das exéquias de seus entes queridos se junta a esse dia de orações. A confiança na vida eterna ilumina este dia.

    A única certeza que nós temos durante a nossa vida é que um dia vamos morrer, nós estamos aqui de passagem nessa terra. Não sabemos qual será o dia ou a hora que isso irá acontecer, somente Deus sabe quando nos chamará de volta para Ele. Por isso, devemos sempre estar vigilantes, preparados e de prontidão, para quando chegar a hora estarmos prontos para nos encontrar com o Senhor.

    Uma das maneiras de nos prepararmos para esse encontro com Deus na hora de nossa morte é viver a nossa vida de acordo com os princípios da fé cristã, amando a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Em suma para entrar no céu devemos levar uma vida digna e santa. A única coisa que nós seremos cobrados por Deus na eternidade é o quanto nós fomos capazes de amar o nosso semelhante.

    Nós não deveremos ter medo da morte, embora esse assunto nos cause um certo espanto e preferimos não tocar nele, podíamos de vez em quando pararmos para pensar em nossas atitudes e analisar o caminho que estamos trilhando. Observar se estamos trilhando o caminho da salvação ou da “perdição”. Devemos sempre nos policiar e vigiar, pois como dizia o próprio Jesus a porta é estreita e devemos tomar cuidado para que ela não se feche.

    Nós não devemos acumular bens durante essa vida, pois nada daquilo que nós acumularmos levaremos para a vida eterna. Não importa a quantidade de dinheiro, carro, casas que tivermos aqui, tudo ficará e não levaremos nada. Como se diz popularmente: “caixão não tem gaveta!”. Não adianta durante essa vida terrena se achar mais do que as outras pessoas só porque possui bens e posses, menosprezar e odiar os outros, no final irão todos para o mesmo lugar. A única coisa que podemos acumular nessa vida e levarmos conosco para a eternidade é o amor.

    Todos foram salvos por Deus, e, até mesmo o pior dos bandidos ou aquela pessoa que nunca viveu profundamente a sua fé em Deus, se no leito de morte se arrepender de seus pecados e crer em Deus será salvo. Deus não quer condenar ninguém, mas pelo contrário quer salvar. Por isso mesmo a Igreja ministra a Unção dos Enfermos quando a pessoa se encontra enferma, para que ela tenha a oportunidade de se arrepender de seus pecados e em sua última hora, arrependida e perdoada de todos os seus pecados, seja salva por Deus e possa ter o encontro com ele em paz.

    Por isso, nós não podemos condenar ninguém, não temos esse direito, quem somos nós para julgar o outro. Somente Deus pode fazer isso e Ele sempre da uma oportunidade para que a pessoa mude de conduta e se salve. Como dizia o próprio Jesus: “Eu vim para buscar as ovelhas perdidas da casa de Israel”.

    Nós fomos criados para a liberdade, Deus nos deu o livre arbítrio e a capacidade de escolhermos as nossas ações. Por isso podemos escolher se queremos ser salvos por ele ou não. Ao criar o homem e a mulher Deus os colocou no meio do jardim do Éden e apenas os alertou para não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Mas o ser humano através de sua infidelidade foi até lá e comeu do fruto. Por isso vai de a liberdade humana escolher as suas ações cometidas e ser ou não salvos por Deus.

    A morte é um mistério, e nos causa um certo espanto e medo diante dela. Mas Jesus morreu e Ressuscitou ao terceiro dia, para nos dar a certeza que a vida vence a morte e que nós também ressuscitaremos assim como Ele para vida eterna em Deus. Temos que ter a certeza de que a pessoa que “morreu” não “morreu”, mas vive eternamente ao lado de Deus.

    É com essa certeza e esperança na ressurreição que a Igreja celebra o dia da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, não é para ser uma celebração triste e fúnebre, mas pelo contrário é uma celebração de saudade daqueles que já se foram e de esperança na ressurreição.

    Nesse dia de finados muitas pessoas visitam cemitérios, levam flores aos túmulos e participam da Eucaristia. Acontecem missas nas capelas dos principais cemitérios da cidade e nas Igrejas. Neste ano, para evitar aglomerações nos cemitérios, a maioria das missas acontece nas igrejas próximas aos cemitérios. As missas nos cemitérios ocorrem em horários mais distanciados e em locais específicos. Neste dia faculta-se aos sacerdotes rezarem três missas. E isso é uma graça neste dia em favor de todos os falecidos. É um dia de feriado para justamente termos a oportunidade de visitar o túmulo de nossos entes queridos e participar da Eucaristia, tendo inclusive, a possibilidade da indulgência plenária pelos falecidos, de acordo com as prescrições da Igreja.

     Neste dia da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos participemos das celebrações eucarísticas em nossas Igrejas e Cemitérios, tendo a certeza e a confiança na ressurreição final. Que seja uma celebração da esperança e cheia de saudades e não tristeza. E que durante a nossa vida aqui na terra trilhemos um caminho de santidade, vivendo fielmente aquilo que nos pede a palavra de Deus para estarmos preparados no momento do encontro com o Senhor. Dai, Senhor, aos fiéis defuntos o descanso eterno e a luz perpétua os ilumine! Descansem em paz, Amém!

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