Comemoração de todos os fiéis defuntos. Finados

    Texto inspirador: Cesse de perturbar-se o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar. (Jo 14,1-2)

    A morte não se celebra. Lamentá-la também não adianta, pois, com ou sem lamentações, queremos viver e se possível, por muitos anos. É preciso, portanto, encará-la positivamente e preparasse devidamente. 1.1 A morte como a conhecemos e sentimos, hoje, não é castigo de Deus. Nem do demônio. É fruto, e consequência do pecado. 1.2 O homem nunca aceitou a finitude.  Por isso, também nem sempre a Deus. Afirmou alguém, se Ele (Deus) existe, eu quero sê-lo (Sartre). Coitado: não sabia o que dizia. A morte convém, levá-la a sério e o faz, quem vive com fé, e amor. Quem alimenta a esperança, age com esperança. De fato, Jesus veio ao nosso encontro para que nós fossemos, ao encontro do Pai e dos irmãos(as). Quem o fizer, não precisa temer e quem o não o fizer, não adianta desesperar.

    Deus não decepciona, mesmo que, nem sempre, nos agrade, pois, nossos valores, muitas vezes, não coincidem com os Seus. Deus é Pai, por isso quer obediência, é amigo, portanto, pede lealdade. É amor, por isso, deve ser amado. Quem o fizer, pode ter cruzes para carregar, uma vez que a própria finitude é cruz e o pecado existe, não somente nos outros, mas também em nós. Ele é e sempre foi a desafinação na grande sinfonia de Deus.

    Dia de finados. É ocasião de reflexão, oração e também momento de introspecção. Não basta visitar cemitérios e levar flores. Isso, até os pagãos fazem. É gesto nobre. Contudo, lá, não estão nossos entes queridos, mas apenas, seus restos mortais. Os túmulos, não poucas vezes, se tornaram verdadeiros mausoléus, autênticas obras de artes. Isso podem fazer, os que tem condição financeira avantajada. Nós agimos como cristãos. Ir ao cemitério é apenas gesto para demostramos nossa educação “finesse”, ou seja, nossa delicadeza, para aqueles que nos precederam: não os esquecemos. As flores que levamos apenas enfeitam túmulos, mas nossas orações e missas podem interceder por eles. Só Cristo é o mediador, mas todos nós, como seus membros de seu corpo místico podemos e devemos interceder. Somos uma grande família, uns vivos, outros já falecidos. Eles, agora, experienciam quem Deus é. Pela graça e esforço o alcançaram. Pela solidariedade, que lhes é própria, não querem que percamos, o que eles, pela generosidade de Cristo, obtiveram. Repito: a comemoração dos finados não é apenas dia de lembranças, de saudades. Isso é até humano. Para nós cristãos, é dia de reflexão, oração e introspecção. Nossos falecidos não o querem triste, choroso, mas feliz, por que filhos de Deus. São vitoriosos.

    Descansem em paz, enquanto, nós procurando viver uma grande esperança, com a graça de Deus, buscamos trabalhar nossa salvação, e pacífica convivência. Até nosso reencontro por Cristo e em Cristo.

    + Dom Carmo João Rhoden – SCJ

    Bispo Emérito de Taubaté –SP

    Presidente da Pró Saúde.

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