No Domingo de Ramos, dia 10 de abril, a Igreja no Brasil, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – a CNBB – realiza a Coleta da Solidariedade. Como gesto concreto da Campanha da Fraternidade, a Coleta da Solidariedade é um gesto concreto daquilo que você deixou de gastar fruto de seu jejum e da sua abstinência de carne durante a Quaresma. A coleta da solidariedade é sempre realizada no Domingo de Ramos, por isso, a data varia a cada ano.
O dinheiro arrecadado na Coleta da Solidariedade pelas paróquias de todo o Brasil vai para os fundos diocesanos e Nacional de Solidariedade que têm contribuído, sobretudo, para a promoção da dignidade humana, o compromisso com os pobres e a vida plena.
O tema da Campanha da Fraternidade desse ano foi sobre a educação: “Fala com sabedoria, ensina com amor”, e como lema: “Fraternidade e educação”. O dinheiro arrecadado nas missas do Domingo de Ramos vai para ajudar a Igreja a socorrer as necessidades das pessoas e financiar projetos sociais. A ênfase dos projetos é de acordo com o tema anual, neste ano, sobre a Educação.
O Tempo da Quaresma é um período propício para a conversão do coração. A Campanha da Fraternidade é realizada no Brasil desde 1964, promovida pela CNBB. A Campanha da Fraternidade é fruto do Concílio Ecumênico Vaticano II e tem um cunho social, ou seja, favorece a conversão do coração e a mudança de postura das pessoas diante de algum fato relevante da sociedade.
Ao longo desses anos, tivemos outros temas relevantes referente à Campanha da Fraternidade, que chamaram a atenção da população em geral e, sobretudo, dos católicos. Já tivemos campanhas referentes à Amazônia, água, educação, deficientes entre outros. Sempre com o intuito de converter o coração das pessoas e chamar a atenção para a realidade que os cercam.
Nesse ano de 2022, será a terceira vez que a Igreja no Brasil irá refletir sobre o tema da educação. Normalmente, na Quarta-Feira de Cinzas o Papa Francisco enviou sua mensagem para a Quaresma, direto do Vaticano, onde menciona e apoia a Campanha da Fraternidade que acontece no Brasil. Existem muitas campanhas parecidas pelo mundo nas diversas conferências episcopais nacionais.
Desta vez, a reflexão será impulsionada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco. “Ao longo da caminhada quaresmal, em que a conversão se faz meta primeira, recebemos o convite para busca os motivos de nossas escolhas em todas as ações e, por certo, naquelas que dizem respeito mais diretamente ao mundo da educação”, convida a presidência da CNBB.
A conversão é nossa meta e, sobretudo na Quaresma desse ano, deve nos conscientizar a ajudar a promover uma educação de qualidade para todas as crianças. A Campanha da Fraternidade ainda tem o intuito de conscientizar os governantes a promover para todas as crianças e adolescentes o direito à educação.
Por isso, é tão importante termos a consciência da importância de nossa ajuda na Coleta da Solidariedade. Pensarmos que o dinheiro que vamos dar na coleta nesse dia será para ajudar a Igreja a sustentar projetos sociais, sobretudo, da educação. Não pensar que será somente mais uma forma de arrecadação de dinheiro, mas que o nosso dinheiro será usado para algo muito importante, que é garantir a educação de qualidade para muitas crianças.
A Campanha da Fraternidade de 2022 convida a promover diálogos, a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário. A dignidade humana deve ser respeitada desde o nascimento até a morte. A dignidade humana deve se dar em todas as etapas da vida. Vem desde uma moradia digna, em um lar amoroso e respeitoso, e uma educação mais solidária e digna.
Do total arrecadado na coleta da solidariedade, 60% ficam na própria diocese e é gerido pelo Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), com o objetivo de apoiar iniciativas e projetos locais. Os outros 40% pertencem ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) que usa o dinheiro arrecadado para apoiar projetos referentes à campanha realizada no ano vigente.
Os bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas devem promover a Campanha da Fraternidade em suas dioceses, paróquias, bairro, colégios e trabalho. Algumas pessoas não dão a devida atenção à Campanha da Fraternidade e outras muitas vezes nem conhecem. É importante fazer com que as pessoas conheçam a Campanha da Fraternidade e possam de alguma forma contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Dessa forma, cabem às lideranças da Igreja promoverem a Campanha da Fraternidade, e fazer com que a Campanha seja do interesse de todos e que de alguma forma se envolvam em políticas públicas para que o tema proposto da Campanha da Fraternidade seja posto em prática.
Trilhemos esse caminho de conversão durante esse tempo quaresmal, e participemos ativamente da Campanha da Fraternidade e que possamos contribuir com a Coleta da Solidariedade para que todas as crianças possam ter uma educação de qualidade. Façamos o nosso gesto concreto da Quaresma, pois a coleta da solidariedade é um gesto concreto de tudo aquilo que exercemos durante o tempo quaresmal.
Que Deus nos ajude nesse caminho quaresmal, de penitência, oração e jejum e que a nossa solidariedade seja concreta. Amém.