Valores que vão além da “folia”
1. Homens e Deuses (2010)
O filme de Xavier Beauvois (foto principal deste artigo) é um dos que melhor refletem os diferentes aspectos da vida consagrada na Igreja. A verdadeira dimensão procede do testemunho de martírio dos sete monges trapistas da abadia de Nossa Senhora do Atlas, em Tibhirine, Argélia, assassinados em 1996.
No filme, reflete-se a consistência da vocação pessoal dos monges, bem como sua oração, suas dúvidas e decisões; a comunidade como Igreja em inserção e transparência de Cristo presente entre os pobres e sinal de diálogo e perdão para a humanidade; o discernimento comunitário, difícil e doloroso, ao mesmo tempo que alegre, sintetizado magistralmente na última cena, que mostra a passagem da dúvida e do medo até chegar à entrega e à paz.
Do ponto de vista da teologia da vida religiosa, o filme é cativante: um ícone da dimensão escatológica, reconciliadora e fraterna da vida consagrada.
Saiba mais sobre o caso real que inspirou o filme: mosteiro em que ocorreu a chacina foi reaberto este ano
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2. Em Busca de um Lar (2013)
Baseado em uma dilacerante história verdadeira, o filme narra o drama de uma adolescente grávida, Apple (Vanessa Hudgens), que foge da mãe abusadora e viciada em drogas (Rosario Dawson) e começa a conviver com o pai rico (Brendan Fraser).
Confira neste outro artigo de Aleteia um comentário aprofundado sobre o filme e sua relação com a atual cultura de sexo e suposto bem-estar.
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3. A Missão (1986)
Este grande clássico de Roland Joffé mostra a vida dos jesuítas nas reduções do Paraguai. É interessante observar o antagonismo entre o Pe. Gabriel (Jeremy Irons), com as opções dos jesuítas no meio dos guaranis, e o capitão caçador de índios Rodrigo Mendoza (Robert De Niro), que se converte do seu passado violento e se torna irmão jesuíta. Mas nem o pacifismo espiritual de um nem a defesa militar organizada do outro conseguem salvar os indígenas.
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4. Adeus, Meninos (1987)
Neste filme de Louis Malle, uma comunidade de carmelitas resiste aos nazistas, escondendo os alunos judeus entre seus pupilos: uma preciosa herança de coragem para os sobreviventes.
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5. Marcelino Pão e Vinho (1955)
“Marcelino Pão e Vinho” (Marcelino Pan y Vino) é o célebre livro do autor espanhol José María Sánchez Silva que foi adaptado para as telas em 1955. Assim como o livro, o filme também é uma produção espanhola, aplaudida em importantes festivais de cinema e grande sucesso de bilheteria em várias partes do mundo.
Na história, um frade franciscano relata para uma menina doente a lenda de Marcelino, um bebê abandonado na porta de um convento masculino. Os doze frades do convento procuram pais adotivos para o menino, mas, não encontrando candidatos, acabam eles próprios criando Marcelino. O garoto cresce fazendo travessuras e levando os pobres frades à beira da loucura com a sua espontaneidade e fervilhante imaginação. Sem outras crianças da sua idade para brincar, ele se diverte inventando apelidos para os religiosos, contando histórias inacreditáveis e até criando um amigo imaginário, a quem ele chama de Manuel.
Acontece que uma das histórias que Marcelino conta aos religiosos acaba desafiando a curiosidade deles, que decidem conferir pessoalmente. Parece que ele encontrou Alguém no sótão do convento… É quando os religiosos constatam, com grande surpresa, o poder divino da inocência. Marcelino se transforma então no protagonista de um belíssimo e comovente milagre, que marcará para sempre o vilarejo.
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6. Um Deus Proibido (2012)
A perseguição religiosa que os católicos padeceram durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) foi, sem dúvida, a mais sangrenta da história moderna. Os “vermelhos” aniquilaram 6.823 sacerdotes e religiosos, além de 3 bispos. São números bem superiores aos 90 sacerdotes que, segundo o historiador Jean Meyer, foram assassinados no México durante a Cristiada. Embora ambas as nações tenham sofrido uma perseguição terrível, não há comparação entre os números de uma e da outra. O filme aborda em específico a perseguição religiosa em Barbastro, Aragão, onde foi aniquilado 88% do clero – com níveis de sadismo sem precedentes.