Praga (RV) – O líder da Igreja checa afirmou que seu país não pode aceitar os migrantes, a menos que “respeitem seu sistema de valores”, advertindo que os muçulmanos só podem ser considerados como uma “presença segura”, se representarem menos de cinco por cento da população.
“Se você olhar para todo o mundo muçulmano, você não encontrará um único país onde exista democracia, liberdade religiosa ou igualdade de gênero”, afirmou o Cardeal Dominik Duka, de Praga, Primaz da Igreja da República Tcheca.
“Como cristão e católico, acredito que todas as pessoas compartilham um espaço comum que nos permite aceitar uns aos outros. Mas isso também significa que devemos insistir que nossas regras sejam observadas”.
Em entrevista ao semanário checo Echo 24, o Cardeal Duka disse que a população católica europeia diminuiu em mais de 40% durante o Concílio Vaticano II de 1962-1965, chegando ao redor dos 24%, levantando questões sobre o futuro da Igreja.
Ele disse acreditar que os muçulmanos não criariam “problemas”, caso não ultrapassassem os cinco por cento de uma determinada população. Ultrapassando este percentual, começariam a exigir “posições-chave na sociedade”. E quando chegassem aos 15% , passariam a “assumir o governo” e a “impor a Lei da Shariah” caso aumentassem para 25%.
A Igreja checa foi amplamente criticada por se opor à admissão de refugiados da Síria e do Iraque, apesar dos pedidos de hospitalidade do Papa. Em agosto de 2016, seu principal semanário, Katolicky Tydenik, recusou-se a publicar uma declaração do Cardeal Duka, alertando os católicos contra a “abertura irracional dos portões” aos refugiados, enquanto o teólogo católico mais conhecido do país, Mgr Tomas Halik, criticou amargamente os Bispos checos O Presidente da conferência, o Arcebispo Jan Graubner, convidou o governo a aceitar apenas “refugiados cristãos”.
No entanto, em sua entrevista Echo 24, o Cardeal Duka disse que “círculos liberais” em torno de Mgr Halik representavam “apenas uma minoria na Igreja”, e previu que 90% dos católicos checos compartilhariam suas reservas em relação aos muçulmanos.
Ele acrescentou que o islã frequentemente estava “à frente do Ocidente” historicamente, refutando as afirmações de que era “uma religião medieval obscura”, mas disse que seu problema fundamental é não reconhecer “a autonomia das esferas espiritual e civil”.
“Agora existe medo nas sociedades ocidentais – quando vejo as filas diante do Castelo de Praga e os terríveis procedimentos nos aeroportos, eu tenho que imaginar o quão horrível será viver aqui dentro de 10 anos”, disse o Cardeal Duka.
“Toda migração passada trouxe derramamento de sangue e um forte declínio cultural, civilizatório e econômico. Hoje, estamos em uma situação em que o mundo moderno globalizado tem a tecnologia para regular os desenvolvimentos”.
Fonte: Rádio Vaticano