Cardeal Simoni: um exemplo atual

    No consistório público nos dias 19 e 20 de novembro, tivemos a criação dos novos cardeais. Foi o terceiro do Papa Francisco: ele criou 13 novos cardeais eleitores provenientes de 5 continentes, e mais quatro (2 arcebispos e 1 bispo eméritos, e mais 1 sacerdote), que decidiu unir ao colégio cardinalício pelos serviços pastorais prestados. Assim afirmou o Papa: “Eles representam muitos bispos e sacerdotes que em toda a Igreja edificam o povo de Deus, anunciando o amor misericordioso de Deus no cuidado cotidiano do rebanho do Senhor e na confissão de fé”. Dentre os quatro unidos ao colégio cardinalício, está Padre Ernest Simoni, com 88 anos e 60 de sacerdócio, nascido na Albânia e nomeado Cardeal Diácono da Igreja de Santa Maria della Scala, em Roma.  Mas o que o destacou na sua vida ministerial para que o Papa o escolhesse como membro do colégio de cardeais, seus estreitos colaboradores? Esta com certeza é uma resposta muito simples: sua vida e seu testemunho de fidelidade e amor a Cristo e a Igreja nos anos de seu sacerdócio, em que esteve na prisão pelo regime comunista.
    Eu estive presente nesse consistório. Após a recepção do barrete e do título de uma igreja de Roma, eles passam entre nós no cumprimento de irmãos. Foi com emoção que cumprimentei o sacerdote Ernest Simoni, agora Cardeal. Mesmo idoso e sofrido, ainda muito ágil e forte, passou entre nós com seu forte cumprimento e nossa admiração. O seu exemplo de vida nos comoveu e, por isso, quis trazer para nossa reflexão um pouco de sua vida. Muitas vezes somos enganados por tantas promessas e circunstâncias, mas é importante que escutemos um irmão nosso, que ainda está vivo por graça de Deus, testemunhar a fortaleza na hora da provação e perseguição, que ocorreu por ser cristão. O Papa Francisco, ao criar cardeal o Padre Ernest Simoni, da Albânia, país do Leste Europeu, além de tantos outros de todas as partes do mundo, enviou uma mensagem à sociedade intolerante de hoje e abriu os nossos olhos para perceber as realidades tremendas, ao nos fazer deparar com um padre que sofreu duramente sob as garras do comunismo após a Segunda Guerra Mundial.
    O agora Cardeal Simoni tem 88 anos, dentre os quais vinte e sete passados sob perseguição comunista, dezoito deles em prisões sob torturas físicas e psicológicas e trabalhos forçados por não se curvar ao Estado totalitário e opressor que a todos queria quais marionetes de um sistema meramente materialista e, portanto, sem Deus.
    Ernest Simoni nasceu em Troshan, em 18 de outubro de 1928; estudou em um colégio franciscano de sua cidade natal; fez seminário e foi ordenado sacerdote no ano de 1956. Com pouco tempo de ministério sacerdotal, ou seja, em 24 de dezembro de 1963, após a “Missa do Galo”, foi preso. Qualquer desculpa é alegação de regimes totalitários para prender, condenar e matar. Isso acontece muito com as “turbas” enfurecidas, mas quando é o “estado” que o faz é ainda mais triste.
    Imediatamente condenado à pena de morte, essa pena foi trocada pela de vinte e cinco anos de trabalhos forçados. No tempo de sua prisão, muito sofreu com os longos interrogatórios e tentativas de fazê-lo perder a fé, mas tudo em vão. Longe de se entregar ao sanguinário regime, que deixou por volta de 100 milhões de mortos na História do século XX, o Pe. Simoni foi um pai espiritual para os demais prisioneiros dos verdadeiros campos de concentração comunista por onde passou.
    Com dezoito anos de trabalhos forçados, nosso mais novo Cardeal, em tempo de cardinalato, pode deixar a prisão física, não, porém, a psicológica, dado que era tido pelo Estado como “inimigo do povo”, e, por isso, não podia se aproximar dos demais cidadãos, muito menos exercer livremente o seu ministério sacerdotal. Só com a queda do “Muro da Vergonha” ou da “Cortina de Ferro”, em 1989, é que o Pe. Simoni voltou a ajudar nas comunidades de periferias da Albânia com o mesmo empenho e entusiasmo de jovem sacerdote, enriquecido, porém, com a experiência dos anos de tantos e tantos sofrimentos.
    No dia 21 de setembro de 2014, pode encontrar-se com o Papa Francisco por ocasião de sua visita pastoral à Albânia, e narrar um pouco de sua heroica e triste história. Heroica pela fidelidade ao Evangelho e ao ministério sacerdotal, e triste pelos traumas e pelas torturas passadas nas mãos dos carrascos comunistas albaneses sem que o Ocidente soubesse de mais detalhes, nem grupos de Direitos Humanos por ele se interessassem. Comovido, o Santo Padre o abraçou e chorou, de modo que a foto e a filmagem desse encontro correram o mundo pelos diversos meios de comunicação, convencionais ou não. Na realidade, esses episódios são pouco exibidos pela comunicação do Ocidente, comprometida com outro tipo de valores.
    Vale a pena transcrever, na íntegra, o depoimento do Cardeal Simoni ao Papa Francisco, na visita apostólica na Albânia:

    “Em dezembro de 1944, em Albânia, chegou o partido comunista ateu, que tinha como principio eliminar a fé e o clero. Na realização deste programa iniciaram rapidamente as prisões, torturas e os fuzilamentos de centenas de sacerdotes e leigos, por sete anos seguidos, derramando o sangue inocente dos fiéis. Alguns dos quais, antes de serem fuzilados, gritavam: Viva Cristo Rei!
    Em 1952, o governo comunista, com uma moção política vinda de Moscou (Stalin), buscou de reunir os sacerdotes que estavam ainda vivos, para permitir de exercitar livremente a fé, com a condição que a Igreja se separasse do Papa e do Vaticano. Esta proposta do governo nunca foi aceita pelo clero. Eu continuei os estudos no colégio dos franciscanos por 10 anos: de 1938 a 1948. Os nossos superiores foram fuzilados pelos comunistas, e, por este motivo, fui forçado a concluir clandestinamente os meus estudos de teologia. Depois de 4 anos fui preso pelo exército, com o objetivo de me fazer desaparecer. Passei dois anos naquele lugar. Foram os anos mais terríveis na prisão, mas o Senhor me salvou, e em 7 de abril de 1956 fui ordenado sacerdote. No dia depois, domingo em Albis e festa da Divina Misericórdia, celebrei a primeira missa. Por 8 anos e meio desenvolvi o meu ministério sacerdotal, mas os comunistas decidiram que deveria estar fora do caminho. Por isso, no dia 24 de dezembro de 1963, apenas terminei de celebrar a Santa Missa da Vigília de Natal na vila de Barbullush, perto de Scutari, chegaram 4 oficiais de segurança e me apresentaram o decreto de prisão e de fuzilamento. Puseram-me as algemas, ligando os braços às costas e me levaram no seu carro.
    Da Igreja me levaram ao quarto de isolamento, onde me deixaram por 3 meses em condições desumanas. Levaram-me ao interrogatório. O chefe me disse: ‘você será enforcado como inimigo porque disse ao povo que morreremos todos por Cristo se é necessário’. Sacudiu-me os ferros nos pulsos tão forte que senti parar os batimentos do coração e quase morri. Queriam que eu falasse mal da Igreja e da hierarquia da Igreja. Eu não aceitei. Das torturas caí quase morto. Ao me verem assim, me liberaram. O Senhor desejava que eu continuasse a viver.
    Entre as acusações tinha também a celebração de três missas pela alma do presidente americano John Kennedy, morto um mês antes da minha prisão, missa que celebrei segundo a indicação de Paulo VI, dada a todos os sacerdotes do mundo. Eu era assinante da principal revista russa L’Union Sovietique em língua francesa. Isto, entanto que a Albânia tinha rompido os relacionamentos com a União Soviética. Como prova material da acusação apresentaram ao juiz a revista na qual se encontrava a foto do presidente americano.
    A Divina Providencia quis que a minha condenação à morte não fosse executada. No quarto de isolamento levaram um outro prisioneiro, um caro amigo, com a função de me vigiar. Ele começou a falar contra o partido, mas eu, porém, lhe respondia que Cristo nos tinha ensinado a amar os inimigos e perdoá-los, e que nós devemos empenhar-nos para o bem do povo. Estas palavras chegaram aos ouvidos do ditador, o qual, depois de 5 dias, me liberou da condenação da morte. Mas esta condenação foi substituída por 18 anos de prisão na mineradora de Spac. Depois de sair da prisão, fui condenado novamente aos trabalhos forçados – por 10 anos – até o final da queda do regime. Trabalhei no canal de águas escuras.
    Durante o período da prisão, celebrei, de memória, a missa em latim, assim como confessei e distribui a comunhão escondido. Com a vinda da liberdade religiosa, o Senhor me ajudou a servir tantas vilas e a reconciliar muitas pessoas em estado de vingança com a Cruz de Cristo, afastando para longe o ódio e o Diabo dos corações dos homens”.

    Foram estes testemunhos que fizeram de Padre Ernest um gigante na fé, um homem que pôs a fidelidade a Deus e à Igreja acima do medo e da incerteza. A Esperança e o zelo pelas almas o fizeram servir com ainda mais dedicação ao próximo, compartilhando não somente os sofrimentos diários da prisão e das minas, mas também a Esperança em um Deus que não abandona jamais. Padre Ernest, como o próprio Santo Padre costuma lembrar sempre, foi uma ponte para que a misericórdia de Deus fosse vivida diariamente nas periferias da vida humana, principalmente naquelas situações sub-humanas. É exatamente este o espírito de quem recebe a púrpura do cardinalato, como afirmou Papa Francisco na homilia do seu terceiro consistório: “Amado irmão neo-cardeal, o caminho para o céu começa na planície, no dia-a-dia da vida repartida e compartilhada, duma vida gasta e doada: na doação diária e silenciosa do que somos. O nosso cume é esta qualidade do amor; a nossa meta e aspiração é procurar na planície da vida, juntamente com o povo de Deus, transformar-nos em pessoas capazes de perdão e reconciliação.’
    Impressionado com tão belo testemunho de um verdadeiro confessor da fé (aquele que nos momentos mais incertos confessa e não renega a sua fé), o Papa Francisco, no Ângelus do dia 9 de outubro último, anunciou seu nome como Cardeal-diácono da Santa Igreja Romana. É o titular da igreja de Santa Maria da Scala. Sua veste, de agora em diante vermelha, lembra o sangue de tantos irmãos e tantas irmãs que, nos séculos XX e XXI, foi derramado nos países em que a ideologia totalitária do comunismo se implantou, sufocando todas as liberdades individuais em nome de um Estado forte.
    Em entrevista, com breves palavras, o Pe. Simoni falou sobre sua criação como Cardeal, bem como de seus sofrimentos, mas atribui tudo o que de bom recebeu a Jesus e à sua Mãe Santíssima; nada requer para si mesmo, conforme se pode ver nas suas próprias palavras, exibidas pela Radio Vaticano em 10/10/16, online.
    Ao ser perguntado como se sentia com a notícia, respondeu, humildemente: “Quando vi o Ângelus pela televisão, o qual costumo recitar com o Santo Padre, ouvi ‘Pe. Ernest’. Foi uma surpresa imensa para mim: jamais poderia pensar! Devo agradecer ao Senhor pela vida que me deu e pelas graças, as muitas graças que alcancei. É obra e mérito somente de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Santíssima Virgem Maria. E assim, como um pobre missionário – um pequeno missionário de Jesus –, todos os dias peço o amor de Jesus no coração de todos os homens”.
    Assim como outros tantos católicos presos, torturados e assassinados pelo regime comunista nos vários países em que instalou sua ditadura sanguinária, o mais idoso dos cardeais recém-criados pelo Papa Francisco demonstra que tudo enfrentou por amor ao Evangelho, tendo por modelo maior o próprio Cristo sofredor. Ele nos ensinou o caminho ou foi o aluno por excelência nessa escola da dor e da perseguição.
    É belo ouvir do próprio Simoni a resposta à pergunta do entrevistador: se ele se sentiu tocado por se tornar Cardeal como um exemplo daqueles que são perseguidos por causa do Evangelho. Vejamos: “Certamente! ‘Como perseguiram a mim, perseguirão também a vós que me seguis’. Mas Jesus sempre foi a imensa esperança que nos consola e nos ajuda, para amar. Encontrei o Santo Padre quando chegou à Albânia: troquei duas palavras com ele. Tudo é Jesus que me salvou; sofri muitas perícias: duas vezes fui condenado à morte… Jesus fez tudo”!
    Aqui, talvez apareça uma das marcas fortes do Cardeal Simoni, marcas que também foram de outros irmãos seus no sacerdócio ou no episcopado, mas que parecem um tanto enfraquecidas ou pouco valorizadas em nossos dias: a da fidelidade. Ser fiel até o fim, como nos ensina o Evangelho, especialmente nas adversidades da vida.
    Manter a fidelidade quando tudo vai bem e há saúde, dinheiro, liberdade ou prosperidade, como muito se apregoa hoje qual fonte de felicidade “ilimitada”, é fácil. No entanto, a verdadeira fidelidade a Deus e ao próximo se mede nos momentos mais difíceis ou mesmo onde, humanamente falando, tudo parece impossível. Só se enxergam maldades, tramas diabólicas e mortes… Foi, no entanto, nesse ambiente que o Padre Simoni demonstrou a sua fé católica apostólica romana com as consequências exigidas por ela.
    Muito sofrido, mas, certamente, acostumado com os carinhos e as surpresas de Deus em sua vida, o recém-criado Cardeal fala pouco, porém fala com firmeza e com consistência, dando-nos uma pequena, mas profunda ideia do que foi o seu passado nas mãos dos carrascos que o oprimiam. Diz ele, por exemplo, sobre sua criação como Cardeal: “Esta é uma enorme surpresa! Estive cinco vezes perto da morte; pegaram-me na prisão para eliminar-me, mas Deus me salvou: Jesus me salvou. Somente Jesus, Jesus, amor infinito para conosco”!
    Realmente, pode-se dizer que nosso querido Cardeal Simoni, pois a todos nós conquistou com seu exemplo de vida, recebeu uma grande graça do Senhor para viver e testemunhar ao mundo que a última palavra, mesmo nos regimes mais sanguinários, é a da vida e não da morte. É a do Evangelho e não da ideologia perversa.
    Por que dizemos isso? – Porque, de acordo com a revista Pergunte e Responderemos n. 456, maio de 2000, p. 198-200, o governo da Albânia, a partir de 1945, começou a desencadear violenta perseguição às pessoas de fé do país, especialmente aos católicos (124.000 fiéis num total de um milhão de habitantes) e muçulmanos. Fruto dessa implacável perseguição, em 1948 só restava na Albânia um bispo católico.
    Mais: em 1951, o governo albanês assinou um acordo com Roma, porém não o cumpriu (o texto publicado ao povo do país era diferente daquele firmado com a Santa Sé). Ora, diante da mentira, sacerdotes e leigos cultos protestaram. A resposta do governo desleal não demorou a vir: pena de morte aos padres que exigiam a verdade. O regime era incontestável da parte de quem quer que fosse.
    De 1952 a 1967 muitos sacerdote ou religiosas morreram nas condições desumanas de alguma prisão albanesa e, vez ou outra, um(a) religioso(a) era retirado(a) da cadeia e levado(a) pelas ruas a fim de aí sofrer humilhações e dar exemplo ao povo de que era preciso banir da nação tudo aquilo que o Estado considerava superstição religiosa malfazeja ao povo. Só o comunismo tinha a resposta para tudo e não Deus. Este devia ser banido da vida pública e particular das pessoas.
    Em 6 de fevereiro de 1967, o governo incitou os jovens a combaterem a religião. Eles responderam positivamente e passaram a saquear, profanar e incendiar igrejas, conventos, mesquitas dos muçulmanos, a fim de transformar esses lugares sagrados em lojas, depósitos, armazéns, enfim, qualquer coisa que fizesse o povo se esquecer de Deus.
    Em oito meses, 2.169 lugares de culto foram extintos, os contratos dos vários segmentos religiosos com o Estado anulados, a prática dos sacramentos proibida e os clérigos – sob várias alegações, inclusive a do Pe. Simoni – presos, espancados e intimados a deixar a fé.
    No entanto, uma graça especial cobriu aquele país e nenhum católico abandonou a sua fé, como queria o governo. Ao contrário, continuaram a ensinar o Catecismo a seus filhos, a levá-los aos sacramentos onde sabiam existir um padre clandestino para a Primeira Eucaristia, Crisma ou mesmo o Batismo.
    Nada, porém, era fácil. O Estado laicista chegou a condenar a 5 anos de prisão a pessoa que, no recinto familiar, na hora das refeições dissesse: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”, bem como a prender os pais que ensinassem os filhos a fazer o Sinal da Cruz.
    Ainda mais: a Rádio Vaticano não podia ser retransmitida no país, os símbolos religiosos foram retirados dos espaços públicos e até as casas eram fiscalizadas quanto a isso, além de não se permitirem nomes que lembrassem algo cristão: João, Pedro, Paulo, Antônio, Francisco etc.
    Como dito, nos anos de 1990, o regime comunista, ao menos oficialmente, mas não enquanto ideologia, ruiu e o povo voltou à prática da fé de forma pública, podendo colocar para fora aquele sentimento religioso inato, sufocado por longas décadas. Esse contexto é importante para que se compreenda a época e circunstância em que viveu o Pe. Simoni, merecidamente feito Cardeal pelo Papa Francisco. Hoje, a Albânia mudou, assim como muitos países da órbita soviética e chinesa que viveram esses anos tremendos de perseguição e martírios. Esses países trazem marcar profundas do sofrimento que passaram por causa de uma ideologia que, além de não permitir a liberdade, perseguia os que tinham fé.
    Possa o seu exemplo de vida, como confessor da fé, falar alto a cada um de nós e, com a graça de Deus, nos fazer fortes, firmes e serenos ante as adversidades que a vida nos reserva, sempre certos de que a vitória do mal é aparente, mas a de Cristo é real e duradoura.
    Deus seja louvado por tão grande exemplo vivo entre nós! Aprendamos com ele a melhor servir ao nosso povo como ele precisa ser servido, não obstante as oposições e adversidades que cercam todos os verdadeiros discípulos de Cristo, Nosso Senhor, ao longo da História. É à Cruz que jamais devemos renunciar, mas, sim, com ela aprender a ser mais humano, justo, fiel e fraternal.
    Obrigado, Venerável irmão Cardeal Simoni, pelo seu belíssimo testemunho e por vir, com alegria e humildade, enriquecer o Colégio cardinalício!

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