Caminhar para o Natal

    Advento é um tempo precioso, que precede o Natal do Senhor. Vamos, nestes dias de graças, aguardar o nascimento do Menino Jesus, tão pequeno na gruta de Belém. Ele, que entrou no mundo como uma criança frágil, vivendo na sociedade de seu tempo, filho de Maria de Nazaré e do carpinteiro José, querendo, evidentemente, desmanchar a montanha do orgulho e do egoísmo, amparado pela simbologia do manto da paz, da justiça, da ternura e da solidariedade, falando-nos ao interior do coração humano, como assevera  tão bem o Papa Francisco: “A verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração”.
    O Filho de Deus veio ao mundo para que as pessoas conseguissem perceber que Ele carregava consigo uma profunda marca: a natureza divina. É o Verbo de Deus que se encarnou e veio se estabelecer entre nós (cf. Jo 1, 14), convidando-nos a “participar da divindade daquele que uniu a Deus nossa humanidade”, manifestando-se como luz a iluminar todos os povos no caminho da salvação. Caminhamos neste tempo do Advento ao encontro da misteriosamente “troca de dons entre o céu e a terra”, em um ambiente nem sempre favorável, nas palavras do Sumo Pontífice, que faz-nos pensar: “O grande risco do mundo atual é a tristeza individualista que brota do coração mesquinho”.
    Para a humanidade, que parece ter perdido o sentido da vida, eis uma ocasião, a qual não se pode dispensar, para fazer uma profunda revisão de vida no Menino que logo vamos ver na manjedoura, pobre e frágil, simples e humilde, mas que recorda um número infinito de meninos empobrecidos, cansados de ilusórios presentes. Eles não querem esses ilusórios presentes, porque estão ávidos é de um futuro marcado de pequenos e generosos gestos, gestos concretos traduzidos em despojamento, em amor de verdade.
    Na tão sonhada esperança indissolúvel de a terra transformar-se em céu e de o céu transformar-se em terra, caminhemos para o Natal convencidos do inefável presente: “Porque um menino nasceu para nós, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: conselheiro admirável, Deus forte, pai dos tempos futuros, príncipe da paz” (cf. Is 9, 6), que, segundo a profecia do Santo Padre, o Papa Francisco, somos chamados a refletir: “Não há esforço de pacificação duradouro com uma sociedade que abandona parte de si mesma”.
    O que mundo propõe não deve ser causa de alegria. Alegria de verdade encontramos no Evangelho como uma palavra de ordem: “Eis que eu anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo”, mas qual é mesmo a alegria no sentido mais profundo? “Nasceu-vos hoje na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (cf. Lc 2, 10-11).

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