O Burundi entrou, na manhã desta terça-feira, no processo da eleição presidencial, em ambiente de alta tensão política. Em conformidade com testemunhas locais citadas pela AFP foram registrados tiroteios e explosões na noite de segunda a terça-feira em Bujumbura, capital do Burundi, quando desconhecidos abriram fogo contra a polícia, que reagiu com disparos. No tiroteio foram registrados dois mortos: um policia e um civil.
O Burundi encontra-se em grave crise política, na sequência da candidatura do atual presidente, Pierre Nkurunziza, a um terceiro mandato, ato que foi rejeitado por muitos burundeses e considerado ilegal pela oposição e setores da comunidade internacional. Entretanto cerca de 3,8 milhões de burundeses são esperados nas urnas. Entretanto três dos oito candidatos retiraram-se da corrida na semana passada depois que denunciaram a ocorrência “fraudes”.
Agathon Rwa, principal opositor de Nkurunziza não retirou oficialmente a sua candidatura, mas contestou também a legitimidade do escrutínio. Os três outros candidatos pertencem a pequenas formações consideradas de aliadas ao poder. As autoridades burundesas rejeitaram adiar as eleições para além do dia 21 de Julho, apesar dos apelos da comunidade internacional, da União Africana e dos países da região, que consideram que o clima actual não é favorável a um escrutínio credível.
Na noite desta segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu às autoridades do Burundi que “façam todo o possível” para manter a segurança e a paz durante as eleições presidenciais. Ban Ki-moon convidou “todas as partes a absterem-se de cometer qualquer forma de violência que possa comprometer a estabilidade do Burundi e da região” e reiterou o seu apelo à retomada do diálogo entre as partes desavindas.
Fonte: Rádio Vaticano