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domingo, 22 dezembro, 2024.
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Bispos venezuelanos visitam Papa em encontro ad limina

Mons. Mario del Valle Moronta Rodriguez Bishop of the Diocese of San Cristobal in Venezuela.

A Venezuela atravessa o que talvez seja uma das mais graves crises políticas e econômicas de sua história. Neste cenário, os bispos venezuelanos embarcaram para o encontro ad limina com o Santo Padre. A visita ad limina apostolorum, que consiste num encontro com o Papa, é uma obrigação dos bispos diocesanos. Além disso, a visita aos túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo, em Roma, na verdade representa uma demonstração de afeto e obediência ao sucessor de Pedro.

Geralmente, o encontro ocorre a cada cinco anos, servindo também como um encontro de trabalho. Os bispos apresentam, ao Papa e à Santa Sé, relatórios sobre a situação das dioceses, incluindo a prestação de contas de suas administrações. Além disso, apresentam descrições minuciosas sobre a situação geral, bem como informações específicas acerca do estado da diocese.

Esse será o primeiro encontro com o Papa Francisco. Afinal, as duas últimas visitas ad limina foram em 2002, com São João Paulo II, e em 2009, durante o pontificado do Papa Bento XVI. No entanto, nove anos depois, os bispos venezuelanos falarão sobre a grave situação de seu país, que permanece fragmentado e mergulhado numa profunda crise econômica e social.

Maria Lozano da ACN, entrevistou o Bispo Mario Moronta da diocese de San Cristóbal, na Venezuela. Dom Mario Moronta falou sobre a importância de sua visita ao sumo pontífice em um momento tão crucial para o futuro da Igreja.

Quando exatamente será a sua visita ad limina, e quando se encontrará com o Santo Padre?

A visita ad limina ocorrerá entre os dias 6 e 15 de setembro. Começará oficialmente com uma Celebração Eucarística na Basílica de São Pedro, liderada pelo Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Arcebispo José Luis Azuaje, de Maracaibo. O Papa Francisco receberá todos os bispos no dia 10 de setembro pela manhã.

Qual é a situação real no país?

A crise tornou-se ainda mais aguda com a recessão econômica. Embora existam medidas que procurem aparentemente ajudar o povo, criou-se uma grande confusão. Com isso, a situação piorou no que se refere ao povo e à política. Não há confiança no governo. Muitos venezuelanos estão emigrando para outros países, ainda que isso resulte em terríveis consequências.

O Santo Padre conhece a situação na Venezuela?

O Papa conhece muito bem a situação. Ele é constantemente informado sobre o que acontece e sobre as grandes dificuldades que o povo venezuelano enfrenta. Ele também está a par do trabalho que a Igreja tem realizado durante esse período de crise.

Quais são as maiores preocupações que deseja compartilhar com o Papa?

Existem muitas. Diremos ao Papa que continuaremos com a missão evangelizadora da Igreja; sempre ao lado do povo e próximos da população, especialmente dos mais pobres. Além disso, vamos reforçar que nossa maior preocupação é a dignidade humana, iluminada pelo Evangelho. Não estamos distantes das dificuldades e problemas mencionados, mas temos de ser construtores de pontes e de esperança para um povo que é sofrido.

Bispo Mario Moronta da diocese de San Cristóbal (Venezuela)

Bispo Mario Moronta da diocese de San Cristóbal (Venezuela).

Por que essa visita a Roma é tão importante?

Além de se tratar de uma atividade esporádica, esta visita é especialmente importante pela oportunidade que temos de reafirmar nossa comunhão com o Papa Francisco e com a Igreja universal. Por essa razão, vemos isso como uma manifestação da graça de Deus para o enriquecimento de todos; portanto, além de acrescentar o conhecimento de que seremos confirmados em nossa missão pelo Sucessor de Pedro, ao mesmo tempo, queremos expressar nosso apoio e consolo ao Papa no presente momento; afinal, o pontífice também tem enfrentado ataques a sua pessoa.

O que podemos fazer para que esta visita possa dar frutos?

Dentro da minha própria diocese, e seguindo as diretrizes da conferência episcopal, fiz um pedido especial; que o 11 de setembro seja um dia de intensa oração. Que na intenção da nossa visita ad limina, possamos gerar frutos para todo o país. Esse dia em particular é a festa de Nossa Senhora de Coromoto, padroeira da Venezuela. Por isso, sugerimos que nas várias paróquias tenhamos uma exposição do Santíssimo Sacramento; convocamos, então, a população a se unir em oração em suas casas, recitando o Santo Rosário para as intenções da visita ad limina. Ademais, penso que além de motivar as pessoas à orarem pelo sucesso pastoral do encontro com o Papa, é importante fazê-las perceber que não se trata de uma viagem turística ou de um evento puramente burocrático, mas de uma expressão da comunhão eclesial do povo, bispos e da Igreja na Venezuela. Acredito que esta visita esteja ocorrendo em um momento particularmente crucial na história do nosso país. Por essa razão, vemos isso como uma expressão da graça de Deus que enriquecerá a todos.

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