Bispos refletem sobre missão com as Pastorais Sociais e buscam transversalidade

Comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz reúne bispos referenciais e coordenadores nacionais

Os bispos que compõem a Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e os referenciais das Pastorais Sociais estiveram reunidos na sede da entidade, na quarta-feira, 02, para reflexões a respeito da estrutura da Comissão, do múnus episcopal nas Pastorais Sociais e da Doutrina Social da Igreja. O encontro foi seguido por outra reunião, desta vez com os coordenadores das Pastorais, do Setor Mobilidade Humana e dos Organismos ligados à Comissão da CNBB. O evento termina nesta sexta-feira, 4.

De acordo com o bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, dom Guilherme Antônio Werlang, a intenção é que os bispos cada vez mais tenham seu papel na atuação das Pastorais. “O bispo não deve apenas ser alguma figura decorativa, mas ele deve conhecer a pastoral, ele deve conhecer a dimensão da Comissão Episcopal Pastoral para que, efetivamente, ele possa somar, ele possa também dizer a sua palavra, que ele também possa ouvir todos os anseios, todas as angustias, todos os desafios que as pastorais enfrentam diariamente na sua base”, explicou.

Dom Guilherme ressalta que tal iniciativa não consiste em tirar o papel e o valor do trabalho de leigos, leigas, religiosos e padres. “Muitas vezes nós, enquanto bispos, diante da missão especifica do nosso ministério, não conseguimos chegar ao alcance dos problemas sociais que esses nossos irmãos e irmãs leigos e leigas, padres ou religiosos que estão lá na fronteira, que estão lá onde acontecem os problemas sociais… aquilo que eles muitas vezes vivem, nós não conseguimos chegar tão próximos”, considera.

Além de dom Guilherme, participaram os bispos de Balsas (MA) e presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Enemésio Lazzaris; de Ruy Barbosa (BA) e vice-presidente da CPT, dom André De Witte; da prelazia de Marajó (PA) e referencial das Pastorais Sociais do regional Norte 2 da CNBB, dom José Luís Azcona Hermoso; o bispo eleito de Amparo (SP) e referencial da Pastoral do Menor Nacional (Pamen), dom Luiz Gonzaga Fechio, que também é membro da Comissão; de Joaçaba (SC) e referencial das Pastorais Sociais no regional Sul 4 da CNBB, dom Mário Marquez; o arcebispo de São Luís (MA), dom José Belisário da Silva; o bispo de Alto Solimões (AM) e referencial das Pastorais Sociais do regional Norte 1 da CNBB, dom Adolfo Zon Pereira; e o bispo de Lorena (SP) e presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz do regional Sul 1 da CNBB, dom João Inácio Müller. A reunião teve colaboração do assessor da Comissão da CNBB, frei Olávio Dotto; da secretária do Setor Mobilidade Humana da Conferência, irmã Claudina Scapini; de Daniel Seidel e de Pedro Ribeiro de Oliveira.
Coordenações

Com o objetivo de discutir e avaliar a caminhada frente aos desafios da atualidade, dar continuidade à construção e detalhamento do Plano de Ação para 2016 e indicações para Plano Quadrienal da CNBB, as coordenações nacionais das Pastorais Sociais iniciaram, logo após a reunião dos bispos, no dia 2, seu encontro nacional.

Na pauta da reunião, houve apresentação da análise de conjuntura social, política e econômica. Os participantes também debateram sobre o sistema da Dívida Pública Brasileira. No contexto eclesial, refletiram a respeito dos desafios para ação da Igreja a partir da exortação apostólica “Alegria do Evangelho” e da encíclica “Laudato Sí”, ambas do papa Francisco.

O Centro de Sustentabilidade das Pastorais Sociais (Census) também foi um dos temas tratados no encontro. Foi abordada a construção do instituto e orientações para sua assembleia.

As Pastorais Sociais e organismos apresentaram suas dificuldades, os avanços e os chamados “sinais de vitalidade”. A partir desse processo foi tratado o Plano de Ação para este ano e indicações para o Plano Quadrienal da CNBB (2015-2019).

Em grupos os participantes abordaram o papel da Comissão no processo de formação, articulação e sustentabilidade das Pastorais e organismos e sobre as ações para concretizar as prioridades, considerando o Plano Quadrienal.

“No ano passado, o início do quadriênio, nós refizemos todo um planejamento e agora nós vamos repassar aos coordenadores e aos bispos acompanhantes para que todos possam se apropriar, que todos possam conhecer esse planejamento com as suas necessidades e suas prioridades mais urgentes para o nosso trabalho”, explicou dom Guilherme Werlang.
Transversalidade

Para dom Guilherme Werlang, uma necessidade da Comissão 8, como é chamada a Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, é a “transversalidade”. “O que nós percebemos muito é que, se nós temos mais de 20 pastorais na Comissão, cada uma faz o seu serviço, mas às vezes não sabe o que a outra Pastoral, também social, está fazendo”, conta o bispo. Para ele, o diálogo favorece a pastoral de conjunto.

Como exemplo, falou de realidades de pessoas que precisam, simultaneamente, do atendimento da Pastoral da Criança, da Saúde, do Povo da Rua e da Mulher Marginalizada. “Essa necessidade dos bispos, juntos com os coordenadores e coordenadoras, sentarem juntos, procurar conhecer, auxiliar , iluminar-se mutuamente para que nós possamos estar mais perto daqueles que são os prediletos de Jesus, os mais pobres, os mais excluídos e não fazer por eles só, mas com eles construirmos uma sociedade que seja justa, que seja fraterna, que seja de vida plena para todos”, disse dom Guilherme.

Durante o encontro com coordenadores também foi abordado o projeto “Olimpíadas Solidárias” da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e houve uma apresentação sobre o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC).

Fonte: CNBB

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