Bispos católicos do Haiti pedem o fim da violência e a reconciliação nacional

Mulher reza em frente à Catedral, Haiti. Crédito: Divulgação ACN

Carta enviada à Ajuda à Igreja que Sofre – ACN, assinada por todos os 10 bispos católicos do país, reforça o apelo do Papa Francisco para que as orações ao povo haitiano sejam ouvidas na terra e no céu, confiando na misericórdia de Deus e na sua compaixão pelos seus filhos

Os bispos católicos do Haiti expressaram profunda preocupação com a violência que está varrendo o país. Em carta enviada na última semana à ACN – Ajuda à Igreja que Sofre, assinada por todos os 10 bispos católicos do país e que pede o fim de toda a violência e a reconciliação nacional, ecoando um apelo recente do Papa Francisco.

Em sua mensagem, os bispos encorajam todas as agências e atores nacionais a encontrar uma solução para a crise atual e restaurar a paz e a segurança para todos os haitianos. Pedem também o estabelecimento de um governo de transição inclusivo, capaz de garantir a verdadeira harmonia nacional.

A carta explica que, para manter sua neutralidade, a Conferência Episcopal Haitiana não nomeará ninguém para representar a Igreja Católica no Conselho Presidencial ou em qualquer outra estrutura de governo. No entanto, manifesta a sua esperança de que o diálogo em curso conduza a um acordo inclusivo, patriótico e duradouro, no melhor interesse de todo o povo haitiano.

Os bispos enfatizam que todos os setores da sociedade haitiana devem apoiar o sonho de um país sem violência: “Vamos acabar com esses atos violentos que causam tanto sofrimento, porque a violência gera violência, o ódio gera mais ódio e a morte gera mais mortos”, diz o comunicado. Os bispos também mencionam o convite do Papa Francisco, feito durante a oração do Angelus, no domingo, 10 de março, para rezar pelo fim de todas as formas de violência no Haiti: “Cada morte violenta cometida contra outro ser humano é uma ferida na carne da humanidade; cada morte violenta nos diminui como pessoas”.

A situação humanitária no Haiti tornou-se extremamente grave nas últimas semanas, devido à crise política e social que tomou conta do país desde o assassinato do Presidente, em julho de 2021. De acordo com dados fornecidos pela Conferência Episcopal da América Latina (CELAM) e pela Confederação Latino-Americana dos Religiosos (CLAR), mais de três milhões de crianças precisam de ajuda humanitária, 362.000 pessoas estão deslocadas internamente e metade da população vive na pobreza, com uma expectativa de vida de apenas 64 anos.

Por causa da violência, muitas pessoas perderam seus entes queridos, as mulheres frequentemente têm seus direitos fundamentais violados e muitos haitianos não têm as condições mínimas para uma vida digna.

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