Bento XVI encontra Castro: temas humanitários e que a Sexta-feira Santa seja feriado
Bento XVI chegou ao Palácio da Revolução por volta das 19h25 (de Brasília) e foi recebido pelo Presidente do Conselho de Estado e do Conselho dos Ministros de Cuba, Raúl Castro.
O Papa e Raúl Castro ficaram reunidos a portas fechadas por cerca de 40 minutos.
Paralelamente, o Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, manteve um encontro com o Vice-Presidente do Conselho dos Ministros cubano, José Ramón Machado Ventura.
Após o encontro, uma coletiva de imprensa dirigida pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, apresentou os assuntos debatidos no encontro privado entre o Papa e Raúl Castro.
Mesmo sem discursos públicos previstos, o dia de Bento XVI foi intenso, com um momento, em especial, que permanecerá na memória dos cubano: a imagem do Pontífice que reza no Santuário Nacional da Virgem da Caridade do Cobre. Este foi o momento central, a razão de sua viagem, disse o sacerdote jesuíta.
Outro momento que comeveu o Papa foi o encontro, no Seminário S. Basílio Magno, em Santiago de Cuba, com cerca de 10 missionárias de Madre Teresa de Calcutá. Quando consagradas, elas recebem a tarefa de rezar, todos os dias, por um sacerdote. E neste encontro estava presente a indiana que há 20 anos reza pessoalmente por aquele que, na época, era somente o Card. Ratzinger. O Papa estava comovido de encontrar essa pessoa que reza por ele.
Já em Havana, destaque para a visita de cortesia ao Presidente Raúl Castro. O encontro durou cerca de 40 minutos, considerando que havia intérpretes. Pe. Lombardi ressaltou a importância do encontro pessoal um momento cordial e sereno. Temas da conversa foram a situação do povo cubano e as expectativas da Igreja para continuar contribuindo para o crescimento da nação.
Um pedido especial foi feito a Castro: a possibilidade do reconhecimento por parte do governo da Sexta-feira Santa como feriado assim como, 14 anos atrás, João Paulo II fez o mesmo pedido em relação ao dia do Natal, e foi atendido. Destaque também para as temáticas de caráter humanitário debatidas, mas Pe. Lombardi não tinha detalhes a respeito.
Fazendo um balanço da viagem no final deste segundo dia, o sacerdote jesuíta declarou que transcorre muito positivamente. A seguir, os jornalistas perguntaram temas variados: o possível encontro com Fidel possível, mas sem confirmações; o embargo (sobre o qual a Santa Sé já se declarou contrária); e se o Papa receberá as Damas de Branco. A propósito, Pe. Lombardi disse que a mensagem foi passada ao Pontífice e que ele está ciente da questão.
Nesta quarta-feira – último dia da viagem do Papa – às 11h de Brasília, a Rádio Vaticano transmite a Santa Missa na Praça da Revolução de Havana.
O Palácio da Revolução é o prédio principal do complexo da Praça da Revolução. Construído inicialmente para ser sede da Suprema Corte e da Procuradoria-geral, o complexo acolhe, desde 1965, o Conselho de Estado com o Escritório da Presidência, o Conselho dos Ministros e o Comitê Central do Partido Comunista de Cuba.