Bem-aventurada aquela que acreditou

    Chegamos ao quarto Domingo do Advento. Dentro de poucos dias, celebraremos o mistério do Natal do Senhor. Na liturgia deste domingo, acendemos a quarta vela da coroa do advento, significando que completou-se o tempo de espera e a luz está próxima de nós. Nessa semana ainda podemos fazer nossa confissão sacramental, se ainda não a fizemos. Iremos também finalizar a nossa Novena de Natal.

    A Palavra de Deus nestes dias nos está introduzindo no mistério que estamos prestes a celebrar. Unamo-nos a expectativa que a Virgem Maria (Nossa Senhora do Ó) vivia nesse período e aguardemos com alegria o anúncio da chegada do filho de Deus. Corramos ao encontro do Senhor no presépio acolhendo o anúncio do anjo. A partir do seu nascimento contemplamos o mistério da cruz salvadora — Ele nasceu para nos salvar.

    O Evangelho deste domingo retrata a visita de Nossa Senhora a sua prima Santa Izabel, após o anjo ter anunciado a ela que seria a Mãe do Salvador. Maria parte às pressas para servir a sua prima que estava grávida, também por intervenção divina, pois Izabel era estéril. Assim como Maria, nos coloquemos a disposição para servir aos nossos irmãos, sobretudo aqueles que mais sofrem.

    Nesse quarto Domingo do Advento, preparemo-nos para acolher o Senhor que vem e debrucemo-nos em sua palavra. Escutemos o que a Palavra de Deus tem a nos dizer hoje e aguardemos essa palavra que se faz carne no meio de nós. A primeira leitura da missa de hoje é de Miqueias (Mq 5, 1-4). Miqueias profetiza aquilo que estaria para acontecer: dentro de pouco tempo surgiria aquele que dominaria Israel, fazendo referência a Jesus Cristo. O profeta ainda diz que o seu surgimento é desde os tempos remotos, desde os dias da eternidade, ou seja, desde a eternidade Jesus existe, desde a criação do mundo. Mas houve o momento certo de Deus revelar o seu filho. Jesus é o mesmo, ontem, hoje e sempre.

    O salmo responsorial é o 79 (80), o salmista eleva um pedido, uma súplica ao Senhor, para que o Senhor se lembre do povo, converta o coração de cada um, para que sejam salvos. A salvação de Deus não tardaria a vir, chegaria tempos depois, através de Jesus Cristo. Deus nunca se esquece de seu povo, é sempre fiel a aliança.

    A segunda leitura é da carta aos Hebreus (Hb 10, 5-10). O autor Sagrado diz a respeito de Jesus, que veio ao mundo antes de tudo para fazer a vontade do Pai. Mesmo padecendo na cruz em favor da humanidade, Cristo livremente fez a vontade de Deus, a fim de salvar a todos. Por um homem entrou o pecado no mundo e por outro nos vem a salvação.

    O evangelho é de Lucas (Lc 1, 39-45). São Lucas narra a passagem em que após o anúncio do anjo Gabriel feito a Virgem Maria, ela vai apressadamente a uma região montanhosa da Judéia para servir a sua prima Santa Izabel. Izabel também ficou gravida por intermédio divino, ou seja, Izabel era estéril e de idade avançada, mas por obra divina ficou gravida de João Batista.

    Izabel ao receber Maria fica “cheia” do Espírito Santo, pois Maria ao receber o anúncio de que seria Mãe do Salvador, fica “cheia” do Espírito Santo. Maria não guarda para si o Espírito Santo que estava nela, mas transmite a sua prima Izabel, e Izabel transmite ao filho que estava em seu ventre.

    Somos convidados a fazer como Maria, não guardar para nós a alegria que recebemos com o anúncio da mensagem da Palavra de Deus, mas sair ao encontro do outro e transmitir essa alegria que vem da Palavra de Deus. Temos que nos colocar a serviço do outro e nos encher do espírito de comunhão, para melhor servir aos irmãos.

    Deus é comunhão e nos ensina a fazer comunhão uns com os outros, Ele nos reúne em seu amor, para que, através desse amor, possamos servir aos nossos irmãos. Temos que ter pressa em anunciar as coisas de Deus, para que as coisas de Deus contagiem o mundo.

    Que possamos acolher o Espírito Santo, da mesma forma que Izabel ficou ao receber Maria e transmitamos esse Espírito Santo para aqueles que se aproximam de nós. Contagiemos o mundo da alegria que advém do Espírito Santo.

    Celebremos com alegria esse quarto Domingo do Advento, na certeza de que o Senhor vem até nós e que Ele, ao chegar, nos encontre vigilantes e orantes, com o coração cheio de alegria e gratidão por recebemos tão grande presente. Que o Espírito Santo nos conduza ao encontro daqueles que mais precisam.

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