Cidade do Vaticano (RV) – “Um dia obscuro na história da humanidade, uma ofensa terrível contra a dignidade do homem”: assim S. João Paulo II comentou os ataques de 11 de setembro de 2001 – exatamente 15 anos atrás.
Um dia após o ataque, o Pontífice dedicou toda a Audiência Geral da quarta-feira, 12 de setembro, para falar da tragédia. Eis algumas palavras pronunciadas em sua catequese:
“Não posso começar esta Audiência, sem expressar a minha profunda dor pelos ataques terroristas que no dia de ontem ensanguentaram a América, causando milhares de vítimas e numerosíssimos feridos. Apresento a expressão das minhas profundas condolências ao Presidente dos Estados Unidos e a todos os cidadãos americanos. Diante de acontecimentos de um horror tão inqualificável, não podemos deixar de ficar profundamente inquietos. Uno-me a quantos nestas horas expressaram a sua condenação indignada, afirmando de novo com vigor que os caminhos da violência nunca conduzem para as verdadeiras soluções dos problemas da humanidade.
Ontem foi um dia obscuro na história da humanidade, uma ofensa terrível contra a dignidade do homem. Logo que tomei conhecimento da notícia, acompanhei com intensa participação o desenvolvimento da situação, elevando ao Senhor a minha premente oração. Como podem verificar-se episódios de crueldade tão selvagem? O coração do homem é um abismo de que, às vezes, emergem desígnios de ferocidade inaudita, capazes de abalar de repente a vida serena e operosa de um povo. Todavia, nestes momentos em que todo o comentário parece ser inoportuno, a fé vem ao nosso encontro. A palavra de Cristo é a única que pode dar uma resposta às interrogações que se agitam na nossa alma. Mesmo quando a força das trevas parece prevalecer, o crente sabe que o mal e a morte não são a última palavra. A esperança cristã fundamenta-se nisto; e é aí que se alimenta, neste momento, a nossa confiança orante.
(…) Imploremos ao Senhor para que não prevaleça a espiral do ódio e da violência.”
Bento XVI
Também os sucessores de S. João Paulo II rezaram pelos mortos dos ataques. Bento XVI visitou o Ground Zero em 20 de abril de 2008, definindo o lugar como “cenário de violência e dor indizíveis”. Eis alguns trechos da oração pronunciada pelo Papa:
“Deus de compreensão,
esmagados pela enormidade desta tragédia,
procuramos a vossa luz e a vossa guia,
enquanto enfrentamos acontecimentos terríveis
deste tipo.
Fazei com que aqueles, cuja vida foi poupada,
possam viver de tal modo
que as vidas perdidas aqui
não tenham sido em vão.”
Francisco
Já Francisco visitou o mesmo local em 25 de setembro de 2015, durante um encontro inter-religioso, e pronunciou a mesma oração de Bento XVI. O Papa encontrou familiares dos bombeiros que morreram no resgate e pronunciou um discurso.
“Vários sentimentos e emoções desperta em mim a presença aqui no Ground Zero, onde milhares de vidas foram arrancadas num ato insensato de destruição. Aqui, a dor é palpável”, disse Francisco, reiterando a necessidade de “ banir os nossos sentimentos de ódio, vingança, rancor”.
“E este lugar de morte transforma-se também num lugar de vida, de vidas salvas, numa canção que nos leva a afirmar que a vida está destinada sempre a triunfar sobre os profetas da destruição, sobre a morte, que o bem prevalece sempre sobre o mal, que a reconciliação e a unidade sairão vencedores sobre o ódio e a divisão.”
Fonte: Rádio Vaticano