As leituras da solenidade da Ascensão do Senhor acentuam muito mais a missão da Igreja do que o próprio fato da Ascensão. Isso nos leva a pensar que, entre a missão apostólica da Igreja e a Ascensão do Senhor, existe um nexo lógico e profundo.
Interpretando teologicamente a Ascensão de Jesus, recomenda-se que não fiquem olhando para o céu, mas que esperem e se preparem para o retorno glorioso do Senhor. Esta é a missão da Igreja, em tensão entre o visível e o invisível, entre a realidade presente e a futura cidade para a qual caminhamos.
A missão que Jesus confia aos seus discípulos resume as duas fases da iniciação cristã, tal como se realizava na Igreja de São Mateus. A primeira era o ensinamento. Seu conteúdo eram as palavras de Jesus, que o evangelista recolheu e estruturou em cinco grandes discursos. O autêntico discípulo deve aprender a colocá-las em prática.
A segunda fase era o Batismo, que selava um íntimo vínculo do discípulo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
O encontro de Jesus Ressuscitado com os seus discípulos tem dois momentos: em primeiro lugar, dá-se um encontro no qual Jesus se revela por suas palavras e os discípulos o reconhecem como Senhor por um gesto de adoração. Depois Jesus lhes confia uma missão que antes havia pedido somente de forma parcial e promete-lhes sua assistência para levar a cabo essa missão por meio de uma presença contínua.
Após o reconhecimento e a adoração de seus discípulos, segue-se agora uma manifestação do mistério de Jesus, que reflete a fé da comunidade de São Mateus: Ele é o Senhor ressuscitado que possui toda autoridade sobre o céu e a terra; é o Deus-conosco, que acompanha sempre a Igreja em sua missão.
Jesus promete ficar sempre com eles. Essa afirmação aparece em outros lugares do Evangelho e expressa a convicção de que o Ressuscitado continua presente no meio de sua Igreja.
Abramos nosso coração e nossa mente para recebermos Jesus em nossa vida todos os dias de nossa existência.