As virtudes morais opostas aos pecados capitais

    Virtude é uma disposição durável e firme que inclina o batizado a fazer o bem e a evitar o mal. Segundo a etimologia da palavra significa força. De fato para praticar o bem é mister lutar contra as inclinações que levam ao mal. A prática da virtude exige esforço. As virtudes teologais, fé, esperança e caridade, têm diretamente a Deus como objeto, são dons divinos infundidos ao mesmo tempo que a graça santificante, ou seja, a participação da vida divina recebida no batismo. As virtudes morais têm por objeto os atos humanos, visando um bem sobrenatural. São também uma participação da vida de Deus, preparando os fiéis à visão beatífica. Todas elas, informadas pelo amor a Deus, se opõem aos pecados capitais. Assim a humildade se contrapõe à soberba; o desapego, à avareza; a caridade para com o próximo, à inveja; a castidade, à luxúria; a temperança, à gula; a paciência, à ira; a diligência, à preguiça. Os vícios incitam ao mal, mas as virtudes arraigam uma disposição que impele o fiel a praticar o bem. Pautam luminosamente os costumes e comportamentos dos cristãos.
    Esses devem ser educados afim de cultivarem as virtudes, para se tornarem intemeratos e justos, tementes a Deus e alheios ao mal. Um seguidor de Cristo virtuoso é um ser livre das injunções dos vícios, emancipando-se da escravidão do pecado jamais estando discorde de Deus, procurando vencer sempre as fraquezas da carne. O objetivo de uma vida virtuosa é se tornar semelhante a Deus, como bem ensinou São Gregório de Nissa. Adquirem-se as sete virtudes morais pela repetição dos atos próprios de cada uma. Quem se habitua às ações difíceis percebe aos poucos que eles se tornam mais fáceis e abrem o caminho das disposições fundamentais de sua alma para se assemelhar a Deus.
    Deste modo, as virtudes morais são hábitos que dispõem as potências do homem para seguir os ditames da razão iluminada pela fé, empregando os meios conducentes ao fim sobrenatural. São condições essenciais que não podem faltar às demais virtudes, pois são como mães de uma nobre e numerosa família espiritual. Da humildade originam a verdade sobre si mesmo, sobre o próximo e sobre Deus e a obediência; do desapego surge a pobreza de espírito tão exaltada por Cristo nas bem-aventuranças; da caridade para com o próximo nascem a indulgência, a fidelidade, a benignidade, a bondade, a generosidade e a complacência; da castidade vêm a austeridade, a modéstia e a prudência; da temperança germina a sobriedade, a continência; da paciência abrolham a amabilidade, a longanimidade e a tolerância;, da diligência têm origem a fortaleza, a coragem e a perseverança. De tudo isso resultam a tranquilidade, a calma, a imperturbabilidade, o autodomínio. É que elas formam uma parte integral da moral cristã e bíblica e propiciam facilidade e alegria para levar uma existência moralmente boa. Segundo o Catecismo da Igreja Católica “pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem” (n.1804). As virtudes regulam os atos humanos, ordenam as paixões e guiam os fiéis segundo os parâmetros do Evangelho. Não constituem a substância mesma da pessoa, mas são qualidades que modificam e aperfeiçoam a pessoa humana. Eis porque a estrutura inteira das boas obras é edificada sobre as virtudes, como ensinou São Gregório Magno.
    É preciso uma educação contínua para que o cristão seja virtuoso.
    Entre os meios está a fuga dos pecados veniais ou leves os quais vão enfraquecendo a vontade. Para isto necessária se faz a oração, dado que sem a graça divina ninguém pode crescer espiritualmente.
    Importante ainda o exame de consciência diário pelo qual o fiel afere o seu progresso contínuo nestas virtudes. Isto inclui a fuga persistente das ocasiões de pecado e a reta intenção de fazer em tudo a vontade de Deus. Um cristão virtuoso está numa luta contínua contra a escravidão de qualquer pecado. Procura contemplar as disposições fundamentais contidas no exemplo de Cristo que praticou admiravelmente todas as virtudes. Eis aí o melhor estímulo para que cada um se coloque no caminho da aquisição desses valores. O fiel encontra tudo isto também vivido intensamente na vida dos santos, sobretudo na existência da santíssima Virgem Maria.

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