ARREPENDER-SE PARA CRER

    Esta parábola é muito clara (Mt 21,28-32). Não basta dizer “sim”, ou “Jesus me ama”, ou ainda “Jesus, eu creio em ti” para ter parte no reino de Deus. É preciso viver o que Deus pede. Cumpre obedecer à palavra divina. Jesus não necessita de belas promessas ou da prática religiosa meramente externa. Ele como falou o papa Francisco, nos pede uma fé que muda a vida, não uma fé “de fachada” Ele quer um amor vivo, um amor que advém dos gestos concretos. Ele conhece o fundo dos corações, Ele sabe as resistências, as dificuldades interiores, os temores. Conhece ser possível os arrependimentos que possibilitam a fé que leva a ir trabalhar ardorosamente na sua vinha. Isto é meritório. Infeliz é aquele que diz ao seu Senhor que irá atender seu chamado, mas não vai, como o primeiro filho desta parábola. Um auto exame sincero daquele outro filho que se arrependeu conduz a fazer a vontade de Deus numa adesão concreta. Àquele que disse sim ao pai, mas não foi trabalhar na vinha, a palavra de Jesus pode parecer severa, mas Ele a disse não para condenar, mas para convidar a uma verdadeira conversão interior do coração e da vida. É preciso estarmos sempre atentos para responder ao amor cotidiano de Jesus, para corresponder numa atitude salvífica, estando o coração no diapasão do amor de Deus. Numerosos são aqueles que dizem não ter nada contra Deus, mas que por falta de generosidade face a suas exigências não agem como deveriam fazer e surgem então lacunas na sua existência. Trata-se de uma pratica religiosa rotineira que leva a negligenciar o que, na verdade, é importante diante de seu Senhor. É necessário então reagir e trabalhar na vinha divina com maior perfeição humana e sobrenatural à qual cada um é capaz. Isto significa colocar o cristão em sua vida o radicalismo do sermão da montanha: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” ‘(Mt. 5,4-8). Na verdade, o cumprimento do dever exige rigor em tudo, sendo tudo feito rigorosamente como Deus o quer. Não é fácil sempre vencer a indolência em todas as esferas familiar, profissional e pessoal Como observa o Papa Francisco ao comentar esta parábola, Jesus conhece as agonias e as intenções familiares que Ele introduz nas suas parábolas: filhos que abandonam suas casas para tentar uma aventura (Lc 15,11-32), até os filhos difíceis com comportamentos inexplicáveis (Mt 21,28-31) ou vítimas da violência (Mc 12,1-9). Deus compreende as dificuldades humanas, mas aguarda pacientemente a resposta generosa como aquela do filho rebelde que se arrependeu e foi trabalhar na vinha paterna. A conclusão da parábola contém palavras fortes: “Em verdade eu vos digo, os publicanos e as prostitutas vos precedem no reino de Deus (v.31).  Está dito que aqueles que sofrem por causa de seus pecados, mas estão animados pelo desejo de um coração puro, estão mais próximos do Reino de Deus do que muitos daqueles que se dizem cristãos, mas que são indolentes, relaxados. Não se arrependem de seus pecados, nem deixam o amor de Deus tocar seu coração. Se nós nos lembramos da palavra de Jesus: “Não é me dizendo “Senhor, Senhor” que se entrará no Reino dos céus, mas fazendo a vontade de meu Pai que está nos céus”. (Mt 7,21) Então como os antigos e os grandes padres nossa resposta à questão de Jesus será a do primeiro filho que disse “não”, mas depois foi trabalhar na vinha, e assim é aquele que fez a vontade do pai. Ele disse “eu não quero ir” e colocou uma distância entre o desejo humano e seu próprio desejo. Refletindo, porém, foi para a vinha e fez seu o desejo do pai. Acertou então fazendo a vontade paterna, numa submissão sumamente louvável. Nós devemos em nossas vidas fazer sempre a vontade de Deus sem tergiversações, dubiedades. Desde que façamos nosso o desejo de Deus, nós não podemos deixar de ir para a vinha do Senhor que é a humanidade, nós fazermos também nosso o desejo divino e não podemos nos calar ante a perversidade que paira por toda parte, não podemos deixar de fazer um sério apostolado. Se dissermos como São Paulo: “Já não sou que vive é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20) está aberta a porta do Reino de Deus que nos é proposto e que devemos dilatar por toda a parte.

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