Arquidiocese de Mariana realiza terceiro encontro de mulheres

Luta contra a violência e os direitos da mulher foram abordados no encontro

Mostrando a força e a coragem, cerca de 150 mulheres estiveram reunidas no Santuário de Nossa Senhora das Graças, em Urucânia, Região Pastoral Mariana Leste, nos dias 4 e 5 de março, para refletir sobre o empoderamento feminino no 3º Encontro das Mulheres da Arquidiocese de Mariana. A luta contra a violência, o protagonismo da mulher negra e os direitos da mulher foram alguns dos pontos abordados durante o encontro.

O coordenador arquidiocesano da dimensão sociopolítica, padre Marcelo Santiago, ressaltou a importância do encontro falando sobre a necessidade da organização das mulheres junto às demais lutas. “Devemos estar à altura dos desafios que estamos enfrentando”, disse.

Silene Gonçalves, da Escola de Fé e Política, foi a responsável por conduzir as reflexões sobre a luta contra violência enfrentada pelas mulheres. Em sua fala, ela apresentou dados sobre o número de mulheres violentas e ressaltou o papel da lei Maria da Penha. “A lei Maria da Penha trouxe uma visibilidade de um problema que estava escondido, além de ampliar o debate sobre a violência e a cultura do machismo”, ponderou.

Os vários tipos de violências que as mulheres sofrem, também, foram citados. “Quando a mulher é violentada fisicamente, outras violências, como a psicológica, já estão sendo realizadas”, completou Silene.

Apresentando os direitos e as leis, que reafirmam a importância da luta feminina, Ivanilda Maria, de Manhuaçu (MG), reforçou a necessidade da mulher conhecer os seus direitos e buscar a igualdade de oportunidades. “Estamos aqui porque nossas leis não são auto aplicáveis. Precisamos de instrumentos para aplicar essas leis. Não podemos repetir esses discursos de facebook e fazer uma crítica dos fatos”, disse.

Mulher negra

A integrante da Pastoral Afro Brasileira, Nícea Silva, falou sobre a diferença de ser mulher negra na sociedade atual. Segundo ela, a mulher negra é penalizada enquanto mulher e como negra. “A opressão vivida pela mulher negra acontece em dois níveis”, afirmou.

Nícea explicou também que o empoderamento é um poder adquirido com conhecimento, partilha e comunhão. “Queremos cada vez mais assumir o nosso compromisso em nossas comunidades e precisamos assumir esse compromisso como mulheres empoderadas, mulheres com conhecimento”, contou.

Além da mesa debates, uma caminhada pelas ruas de Urucânia, oficinas temáticas e celebração da missa fizeram parte da programação. Dilma Ferraz, da organização do evento, declarou a alegria de poder participar dos bastidores. “É muito bom arrumar a casa para receber quem vai chegar”, disse.

Para Jailene Salgado, de Oratórios, o encontro foi muito bom. “Este foi um momento de aprender e reforçar nossas lutas. Aqui a gente encontra com mulheres de realidades parecidas com a nossa, o que nos motiva a continuar, não estamos sozinhas”, afirmou.
Com informações da arquidiocese de Mariana

 

Fonte: CNBB

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