O Cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua coluna “Voz do Pastor” faz reflexão sobre a Festa de Pentecostes. Para ele, ”com esta solenidade, concluímos o Tempo Pascal, suplicando a presença do Espírito Santo em nossa vida e na vida da Igreja”.
O Tempo Pascal do qual fala o arcebispo é um dos seis – sendo que o Tempo Comum está dividido em duas partes – grandes períodos que compõem o Ano Litúrgico. Segundo o professor de Liturgia, Adolf Adan, por meio do Ano Litúrgico, que não coincide com o ano civil, “o povo cristão revive anualmente todo o Mistério da Salvação centrado na Pessoa de Jesus, o Messias”. Ele começa e termina quatro semanas antes do Natal, cumprindo sempre três ciclos no quais um dos três evangelhos chamados de “sinóticos”, isto é, Mateus, Marcos e Lucas, tem predominância nas leituras feitas nas comunidades. No primeiro ciclo, ou Ano A, predomina a leitura do Evangelho de São Mateus; no Ano B, o Evangelho de São Marcos e no Ano C, o Evangelho de São Lucas.
No texto sobre a Festa de Pentecostes, dom Sérgio também lembra que a solenidade também é ocasião para se encerrar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, celebrada em todo o Brasil, cujo tema, neste ano, foi “Reconciliação: É o amor de Cristo que nos move”. Segundo dom Francisco Biasin, presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e Diálogo Interreligioso da CNBB, essa iniciativa de uma semana dedicada à oração pela unidade daqueles que acreditam em Cristo se deve ao fato de que “a oração é a característica marcante do ‘ecumenismo espiritual’, pois a unidade não é uma conquista nossa, mas um dom de Deus dado à sua Igreja”.
Dom Sérgio lembra às comunidades de Brasília que leem sua coluna no folheto litúrgico “povo de Deus”, distribuído, semanalmente para todas paróquias da arquidiocese de Brasília: “nós cremos no Espírito Santo ‘que procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado’, conforme rezamos no ‘Creio’ (Credo Niceno-Constantinopolitano). Nós cremos no Espírito da Verdade, o Defensor, o Consolador (Jo 14,26), que nos ilumina e fortalece na vivência e no testemunho da Palavra de Jesus. Por isso, confiantes, suplicamos a sua presença, nesta solenidade, e a cada dia”.
O Cardeal ainda considera o conjunto das leituras do domingo de Pentecostes quando reforça: “a Liturgia da Palavra nos fala da ação do Espírito Santo. Os Atos dos Apóstolos mostra o Espírito iluminando e animando os discípulos na missão, unindo os que falavam línguas diferentes e fazendo-os compreender a pregação dos Apóstolos, ‘pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua’ (At 2,8). A unidade das diferentes línguas, dom do Espírito, se contrapõe à divisão ocorrida em Babel. São Paulo também se refere à ação do Espírito, que se manifesta na diversidade de dons e ministérios, ‘em vista do bem comum’ (1Cor 12, 5-6), motivando os cristãos a viverem unidos”.
Sobre o evangelho proclamado no dia, dom Sergio diz: “O Evangelho segundo João, ao relacionar o dom do Espírito ao Senhor Ressuscitado, destaca o perdão e a paz, assim como o envio missionário. ‘Como o Pai me enviou, também eu vos envio’ (Jo 20,21), afirma Jesus. O Espírito do perdão e da paz nos une para que possamos cumprir a missão de testemunhar o Evangelho. Hoje, ainda mais, o testemunho da unidade torna-se necessário para que o mundo creia”.
No final do texto, o cardeal lembrou o aniversário de outro cardeal brasileiro, o arcebispo emérito de Brasília: “unidos como Igreja, em Brasília, vamos celebrar com alegria, gratidão e louvor a Deus, o Jubileu de Ouro Episcopal do Cardeal Dom Falcão, dia 10 de junho, às 10:00 h, na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida“.
Fonte: CNBB