“Aqua fons vitae”, novo documento vaticano dedicado a um recurso único

O homem, a natureza e o desenvolvimento estão indissoluvelmente ligados à água, mas ainda existem muitas pessoas e lugares que não têm acesso a ela. Os diferentes aspectos e desafios relacionados a esse tema são abordados no documento divulgado pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. “É uma batalha pela vida”.

Gabriella Ceraso/Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

Água, fonte da vida e salvação para o homem e o planeta. Começa com essa premissa e se fundamenta no Magistério social dos Papas e no trabalho desempenhado pela Igreja nos vários países, o novo documento publicado, nesta segunda-feira (30/03), pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral por ocasião do Dia Mundial da Água 2020. O título do documento é “Aqua fons vitae. Orientações sobre a Água, símbolo do choro dos pobres e do choro da Terra”. Por enquanto, o documento está disponível, apenas em inglês, no site do Dicastério.

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Aspectos e dimensões da água

O documento distingue três dimensões ou aspectos relacionados à água: o aspecto ligado ao uso humano, o relativo ao ser um recurso usado em muitas atividades humanas, em particular agricultura e indústria, e por fim, a água entendida como superfície, ou seja, rios, aquíferos subterrâneos, lagos e especialmente oceanos e mares. Para cada aspecto, o texto apresenta desafios e propostas operacionais para aumentar a consciência sobre o assunto e o compromisso local. A parte final propõe uma reflexão sobre educação e integridade.

Estratégias globais para estruturas católicas no mundo

Sem água limpa, não há vida, saúde e desenvolvimento. Por isso, o Dicastério anuncia, por ocasião da publicação de “Aqua fons vitae”, a definição de uma estratégia global de higiene nas estruturas de saúde pertencentes à Igreja. “Muitas estruturas de saúde nos países pobres e em desenvolvimento não têm acesso adequado à água para as necessidades básicas de limpeza, e bilhões de pacientes, equipes de atendimento e famílias estão em risco, pois faltam fundações ou infraestruturas para um atendimento digno, seguro e de qualidade”, lê-se no documento. “E a situação é particularmente alarmante nessas semanas marcadas pela pandemia.”

A Igreja sempre foi pioneira neste setor e alguns líderes mundiais estão tendo cada vez mais consciência sobre o assunto, concretizando planos de ação para enfrentar o problema de maneira rápida e eficiente. O Dicastério incentiva as “coalizões de órgãos governamentais, organizações privadas e caritativas” para que participem dessa batalha pela vida.

Pesquisas e coletas de fundos

“Vários sistemas de saúde católicos também iniciaram pesquisas para definir a extensão e a complexidade do problema, examinando uma amostra das estruturas de saúde católicas”, ressalta o texto. O dicastério vaticano, em colaboração com alguns parceiros, como a Catholic Relief Services e o Global Water 2020, decidiu incentivar e contribuir com esse esforço, promovendo, quando possível, pesquisas suplementares nos países selecionados. Os resultados deste estudo, bem como os resultados de outras pesquisas recentemente conduzidas por organizações de saúde católicas, serão usados como ponto de partida para os planos de implementação e arrecadação de fundos, a fim de apoiar os planos operacionais”, sublinha.

As organizações interessadas em participar dessa iniciativa poderão entrar em contato com o Dicastério (a partir de meados de abril) para solicitar mais informações ou discutir oportunidades de parceria.

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