América 2015: Papa elogia reação da Igreja Católica a escândalos de abusos sexuais

O Papa Francisco elogiou hoje a resposta da Igreja Católica nos Estados Unidos aos “momentos obscuros” que viveu recentemente, numa referência indireta aos casos de abusos sexuais envolvendo membros do clero e instituições eclesiais.

“Que tais crimes nunca mais se repitam”, declarou, numa homilia proferida perante os bispos norte-americanos, na Catedral de São Mateus, em Washington.

A intervenção sublinhou a “coragem” com que estas situações foram superadas, sem evitar “humilhações e sacrifícios”, tendo como prioridade recuperar “a credibilidade e a confiança requerida aos ministros de Cristo”.

“Sei quanto vos pesou a ferida dos últimos anos e acompanhei o vosso generoso esforço para curar as vítimas – conscientes de que, curando, também nós ficamos curados”, explicou.

Francisco apresentou de coração aberto “para incluir a todos”, identificando-se como um bispo vindo de uma terra americana [a Argentina], entre planícies e montanhas.

“Sabei que o Papa vos acompanha e sustenta e, sobre a vossa mão, apoia também ele a sua já velha e enrugada mas, por graça de Deus, ainda capaz de sustentar e encorajar”, observou.

A intervenção aludiu ao “notável crescimento” da Igreja nos EUA, já com mais de 70 milhões de católicos (número apenas superado pelo México, Filipinas e Brasil) e à generosidade e solidariedade destas comunidades.

“Alegro-me com o indômito empenho da Igreja em prol da causa da vida e da família, motivo saliente desta minha visita”, acrescentou, numa referência ao 8.º Encontro Mundial das Famílias que está a decorrer em Filadélfia.

Neste contexto, saudou também o “enorme esforço” para a integração dos imigrantes, em busca de “recursos de liberdade e prosperidade”.

O Papa fez uma reflexão sobre a sua missão, explicando que não está nos EUA para “julgar ou dar lições” aos bispos locais, mas “como um irmão entre irmãos”.

O longo discurso deixou vários conselhos sobre a vida de um bispo, entre a oração e a pregação, como “pastor”, sem deixar-se “paralisar pelo medo”, para fazer um “anúncio alegre de Cristo” e promover a “cultura do encontro”.

“A linguagem dura e belicosa da divisão não fica bem nos lábios do pastor”, advertiu.

“O caminho a seguir é o diálogo entre vós, diálogo nos vossos pretéritos, diálogo com os leigos, diálogo com as famílias, diálogo com a sociedade. Não me cansarei jamais de vos encorajar a dialogar sem medo”, insistiu Francisco, num discurso em italiano.

Fonte: Agência Ecclesia

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