Amazônia: Rede eclesial fala em situação de «extrema gravidade»

epa07788344 A handoput picture provided by Mato Grosso's Firefighters, shows the Chapada dos Guimaraes fire, in Mato Grosso, Brazil, 23 August 2019. Brazilian President Jair Bolsonaro has decided to confront the world with his rhetoric against what the calls the 'environmentalist hysteria', as the Amazon burns and world leaders demand urgent measures to stop the catastrophe. EPA/MATO GROSSO FIREFIGHTERS HANDOUT HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), da Igreja Católica, alertou para a situação de “extrema gravidade” que se vive na região, afetada por incêndios de grandes dimensões.

“Unimo-nos aos diversos pronunciamentos que, em consonância com o magistério do Papa Francisco, exortam a toda a humanidade a tomar consciência das sérias ameaças desta situação e a esforçar-se por cuidar da casa comum, levantando as suas vozes e encontrando caminhos concretos para uma ação pacífica, mas firme, exigindo que ponha fim a esta situação”, refere o texto, assinado pela presidência da REPAM.

O organismo inclui representantes de comunidades católicas de nove territórios: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana-Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

O texto cita o documento de trabalho do próximo Sínodo especial para a Amazônia, que o Papa convocou para outubro, sublinhando que “atualmente, a mudança climática e o aumento da intervenção humana (desmatamento, incêndios e alteração no uso do solo) estão a levar a Amazônia rumo a um ponto de não retorno”.

Os satélites registram mais de 41 mil incêndios na região da Amazônia, durante este ano; mais de metade ocorreram no mês de agosto.

Nas últimas horas, o governo brasileiro revelou que a situação está sob controlo, aproveitando para rejeitar a oferta de 22 milhões de euros anunciada pelos países do G7.

“A situação não é simples, mas está sob controlo e está a arrefecer bem: até a meteorologia ajudou, pois na parte da Amazônia Oeste está a chover”, disse Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa brasileiro.

O documento orientador dos trabalhos do Sínodo 2019 fala numa região “disputada” por várias frentes, com “violação dos Direitos Humanos e destruição extrativista”, evocando os “defensores dos direitos humanos” e os seus mártires, como a irmã Dorothy Stang.

A religiosa católica, defensora dos direitos dos povos ribeirinhos da floresta amazônica, tinha 73 anos e morava no Brasil há 30 quando foi assassinada a 12 de fevereiro de 2005, com seis tiros.

A assembleia de bispos foi anunciada pelo Papa a 15 de outubro de 2017 e vai refletir sobre o tema ‘Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral’, de 6 a 27 de outubro de 2019.

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