Na Alemanha, jovens líderes se reuniram para criar uma rede de diversidade e inclusão para futuros líderes das comunidades minoritárias não brancas e com diferentes antecedentes culturais. O projeto Network Inclusion Leaders (Rede de Líderes da Inclusão — Nile) realizou seu segundo painel em dezembro do ano passado na capital alemã. O painel reuniu jovens entre 18 e 28 anos de diferentes origens — afro-alemães, turcos, curdos, latino-americanos e asiáticos — de todo o país. O Nile é uma iniciativa de dois membros da Rede de Líderes da Inclusão Transatlântica do Fundo German Marshall: Gabriele Gün Tank, 35 anos, da Comissão para Integração de Berlim, e Da-niel Gyamerah, 28 anos, pesquisador e ativista, além de diretor da organização Each One Teach One (Cada Um Ensina Um — Eato). “A democracia precisa de minorias fortes e bem relacionadas entre si. Na Alemanha, desde o parlamento, passando pelas mídias, até os setores público e privado, tudo é bastante branco. É de suma importância fechar a lacuna em matéria de migração para uma representação social e política mais justa em todos os níveis”, opinou Tank. A hostilidade contra imigrantes e refugiados se expressa em marchas como a de Dresde, no dia 8 de dezembro, que reuniu 15 mil manifestantes, a maioria do grupo “Europeus Patrióticos Contra a islamização do Ocidente”, ao grito de “Wir Sind das Volk” (Somos o Povo). Quatro milhões de muçulmanos residem na Alemanha, aproximadamente 5% dos mais de 80 milhões de habitantes. Desses 5%, 45% têm cidadania alemã. O Nile pretende canalizar assuntos pessoais relacionados com impactos emocionais causados pelo racismo, a discriminação ou os traumas por escapar de zonas em conflito. Os participantes do painel pretendem criar coalizões estratégicas e reduzir a marginalização, reformular o debate sobre migrações corno valor socioeconômico e desafiar a discriminação e o racismo com instrumentos internacionais. “A liberdade de expressão acaba com a provocação e a humilhação racial e pode-se levar à justiça. Mesmo a educação em direitos humanos é um direito humano”, afirmou Kwesi Aikins, um dos participantes do painel.
Fonte: Revista Mundo e Missão