Celebramos, nesse Domingo, o quarto desse tempo quaresmal. Neste final de semana vivenciado as 24 horas para o Senhor afirmando que Ele perdoa todos os nossos pecados. Agora é tempo de contemplar com alegria o tempo que se aproxima. Já estamos avançando e pouco a pouco chegando ao fim deste retiro espiritual para todos nós. Por isso, nesse domingo celebramos o Domingo Laetare, ou Domingo da Alegria, sempre celebrado no quarto domingo da Quaresma, pois se aproxima a festa da nossa Salvação, o Senhor está perto de sofrer sua paixão e morte e ressuscitar por todos nós.
Dessa forma nesse domingo, a liturgia da Igreja apresenta cores litúrgicas mais suaves, o roxo da penitência dá lugar a uma cor rósea, ou um roxo atenuado. Pois, o nosso coração se enche de alegria e de esperança, na certeza de que o Senhor passará pela cruz, mas não ficará nela, ressuscitará por todos nós.
“Alegrai-vos com Sião, Povo de Deus, e exultai por sua causa” (cf Is 66), é com essa alegria no coração que devemos celebrar este domingo, porque Deus ouviu a nossa súplica e enviou o seu Filho para morrer por nós. Alegremo-nos, pois, apesar das tristezas da vida e da consciência de nossos pecados, a misericórdia e a bondade do Senhor são maiores do que tudo isso.
Deixemo-nos guiar pela Palavra de Deus e permitamos que essa Palavra de Salvação adentre o nosso coração para acolher o seu amor. Que as palavras e os gestos de Jesus nos ajudem a viver uma verdadeira Quaresma.
Na primeira leitura (2Cr 36,14-16.19-23), o povo andava longe de Deus, carregando o fardo do pecado nas costas e pouco a pouco aumentava a sua infidelidade ao Senhor. Profanaram o templo que o Senhor havia consagrado em Jerusalém. O Senhor enviava os seus mensageiros para alertar o povo, para mudarem o seu caminho e se converterem ao Senhor, mas o povo não ouvia.
Até que aconteceu o exílio: inimigos entraram na cidade, incendiaram as suas casas e o rei Nabucodonosor levou cativos para a Babilônia. Os que escaparam da espada, se tornaram escravos. Passados 70 anos de aflição, o Senhor envia Ciro, o Rei da Pérsia, para resgatar o povo que vivia sob o fardo da escravidão.
Podemos observar nessa leitura, que assim como Deus envia o seu próprio Filho para salvar a humanidade do pecado e por meio da sua entrega na cruz acreditassem que ele era o Filho de Deus, nessa leitura, Deus envia Ciro para resgatar o povo que vivia sob o jugo da escravidão na Babilônia. Por isso, a própria figura de Ciro é comparada com a de Jesus.
O Salmo Responsorial 136(137) nos diz em seu refrão “Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém eu me esquecer”, é uma resposta à Primeira Leitura, pois o povo agora vivia com saudades de Sião. Dessa maneira, nós devemos sempre nos lembrar de do estado de graça e querer sempre voltar a ele.
Na segunda leitura (Ef 2,4-10), São Paulo diz que o Senhor é rico em misericórdia, pois, quando estávamos mortos, sob o jugo do pecado, Ele nos resgatou por meio do seu Filho. É pela graça de Deus que somos salvos, essa graça de Deus nos advém por meio da fé e essa mesma fé, nos revela o mistério da cruz. A salvação é um dom de Deus, dada gratuitamente a cada um de nós, e não deve ser motivo de nos orgulharmos.
No Evangelho (Jo 3,14-21), Jesus diz a Nicodemos: Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todos que nele crerem tenham a vida eterna. Ora, no deserto, ao Moisés levantar a serpente, quem olhava para a serpente era salvo e nos dias de hoje, nós que olhamos o Senhor acreditando com fé todos os dias na Cruz alcançaremos a salvação.
Ainda nos dias de hoje, adoramos o Senhor que se eleva na Eucaristia e ao contemplá-lo com fé, alcançaremos a salvação. Deus amou tanto o mundo que nos deu o seu filho unigênito, para que não morra quem N’ele crer, mas tenha a vida eterna. A Eucaristia é a certeza da garantia da vida eterna para aqueles que têm fé.
Jesus é a luz do mundo, optamos sempre por seguir essa luz que é Jesus, não caminhemos em meio as trevas do pecado, mas busquemos a luz da salvação que vem de Deus.
Celebremos com alegria esse quarto domingo da Quaresma, buscando contemplar Jesus, que é a luz da vida de todo aquele que crê. Confiemos na misericórdia e na bondade do Senhor e pautemos sempre por seguir os seus caminhos. Amém.
