AINDA A “QUARENTENA”

    Dom João Bosco Óliver de Faria

    Presidente da Pró Saúde

     

    Dom João Bosco Óliver de Faria, Autor em CNBBDepois de quatro meses da presença mais agressiva da COVID 19, entre nós, surgem alguns riscos em nosso comportamento:

    O cansaço nas atitudes de prevenção, o que não seria surpresa, traz a possibilidade de minimizar o perigo da contaminação: não me aconteceu nada até hoje e, comigo, não vai acontecer. A pessoa, então, baixa a guarda e se expõe ao risco.

    Esse vírus não envia aviso prévio. É pior que tsunami, não dá tempo de correr. A pessoa, quando sente, já era: está contaminada.

    Há, no entanto, um outro problema grave: quando a pessoa, tendo uma situação social razoável ou um bom convênio de saúde, sabe que se contaminar, terá a possibilidade de encontrar, ao seu alcance, um bom tratamento adequado e superar  contaminação da doença.

    Sabemos que aqui e ali, os hospitais estão trabalhando nos seus limites, sob pressão. O pessoal da área de saúde está se desgastando física, espiritual e  psicologicamente na exposição permanente à possibilidade da contaminação, presenciando o afastamento de seus colegas, alguns vitimados pela doença e outros que, infelizmente chegaram a óbito.

    Vemos, pelos telejornais, que pessoas mais humildes e mais pobres não procuram, ou não conseguem chegar, em tempo, aos recursos de saúde. Morrem, nas peregrinações entre hospitais, a procura de um leito de UTI.

    Vejo, aqui, o peso de uma responsabilidade grave, para quem se descuida na prevenção pessoal, confiando nas suas possibilidades de recursos hospitalares. Ocorre que, quando, possivelmente, acontecer sua contaminação, ela vai ocupar um leito de hospital e impedir que outra vida em risco seja salva – vida de alguém que se protegeu ao máximo, dentro de suas possibilidades.

    Por ocasião do pique local de contaminação, disse a uma pessoa amiga,  que, por ter ela contas a pagar, insistia em não fechar, por uns dias, o seu (próprio) local de trabalho (onde há permanente movimentação de pessoas): – Se você contaminar a doença, ou alguém de sua família, o prejuízo vai ser maior!

    Não somos de vidro! Um pouco de humildade faz bem a todos nós: distanciamento, álcool em gel, lavar as mãos e ficar em casa o mais possível e, rezar! Proteja-se e proteja os outros!

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