A ressurreição dos mortos

    Um dos motivos que levaram São Paulo a escrever aos Coríntios foi a questão da ressurreição dos mortos. Para os de cultura grega, era difícil aceitar que os mortos pudessem voltar à vida. Negando a ressurreição dos mortos, negavam também a ressurreição de Cristo.
    Em 1 Cor l5, São Paulo aborda essa questão. Inicia recordando o anúncio fundamental do Evangelho: Cristo morreu e ressuscitou. E esta é uma verdade fundamental para a fé católica e para quem se diz cristão: não se pode acreditar na Ressurreição de Cristo e dizer que ela e compatível com a “reencarnação”. O espiritismo nega o centro da fé católica. É isto que ele e os demais apóstolos anunciam. E as provas de que Cristo vive são os próprios apóstolos e muitos cristãos, aos quais Ele apareceu depois de ressuscitado.
    Baseado nesse pressuposto, tenta levar à fé os que duvidam, apresentando provas da Bíblia. Outros argumentos que confirmam a ressurreição dos mortos fazem parte do trecho que lemos na liturgia deste domingo. O primeiro é o que mostra Cristo enquanto primícia dos que adormeceram. Primícias são os primeiros frutos a amadurecer. Depois deles, amadurecem os demais e vem a colheita. Cristo é o primeiro fruto de ressurreição. Ele venceu a morte para sempre, abrindo as portas para a vitória da vida sobre a morte. Portanto, os mortos ressuscitarão também, como Cristo ressuscitou. São Paulo contrapõe Adão a Cristo: o primeiro acarretou a morte para todos, a morte-ressurreição do segundo confere vida a todos. Por causa de Cristo, fomos feitos cristãos, semelhantes a Cristo na vitória sobre a morte.
    O segundo argumento é o da vitória de Cristo sobre todas as forças hostis ás pessoas e ao projeto de Deus. Ele aniquilará todos os mecanismos da morte, vencendo-a finalmente e entregando o Reino ao Pai. A vitória de Cristo, portanto não será completa enquanto não vencer também naqueles que trazem seu nome. Isto quer dizer que a luta contra a morte é tarefa conjunta de Cristo e dos cristãos. Só quando estes participarem da vida plena em Deus é que Cristo dará por encerrada sua missão.