A perseguição dos cristãos no mundo atual

    Jesus foi claro ao dizer aos apóstolos: “No mundo tereis aflições, mas tende coragem, eu venci o mundo” (Jo, 16,33). Através da História da Igreja se pode verificar a veracidade destas palavras do Mestre divino. No império Romano, de Nero no ano de 54 até a chegada de Constantino ao poder no ano de 313, as diversas etapas de ódio aos cristãos fizeram milhares de mártires. No século VI, Dhu Nwas, rei judeu do Himiar, no Iêmen, moveu um massacre contra os cristãos da península Arábica  por volta de 518, destruindo as cidades cristãs de Zafar e Najaran e queimando suas igrejas e matando quem não renunciasse ao cristianismo. O evento diminuiu consideravelmente a população cristã na região, perecendo cerca de 20 mil pessoas. Ao longo da história da União Soviética  de 1922 a1991, as autoridades suprimiram e perseguiram, em diferentes graus, várias manifestações de cristianismo, A política marxista-leninista soviética defendia consistentemente o controle, supressão e a eliminação sobretudo da Igreja católica e encorajou ativamente o ateísmo durante este triste período. A Igreja de Cristo e seus adeptos foram sempre objeto de duros e cruéis ataques. O mesmo continua ocorrendo em nossos dias. São mais de duzentos milhões de cristãos que são perseguidos. Como a imprensa tem publicado, isto ocorre na África, onde grupos jihadistas ganham sempre mais terreno. Na Ásia, também isto ocorre, pois aos fundamentalismos islâmico, hindu e budista se soma a perseguição perpetrada por regimes totalitários como o norte-coreano. Entre os cenários mais difíceis, obviamente, se acha o do Oriente Médio. No Iraque, onde de 2002 até hoje a população cristã passou de um milhão para menos de 300 mil, com uma impressionante média de 60 a100 mil que deixaram o país a cada ano. Se a tendência continuar, em poucos anos a comunidade cristã deixará de existir no País do Golfo. Por tudo isto, cumpre que os católicos se unam em oração para que, não obstante tanta calamidade, os seguidores de Cristo fiquem firmes na fé. Os mártires de hoje, porém, acabam sendo semente de novos cristãos.  As portas do inferno jamais prevalecerão contra a Igreja de Jesus Cristo. Para fazer frente a toda e qualquer discriminação é preciso a graça poderosa de Deus. Mesmo nos lugares nos quais a perseguição não é tão ostensiva, infelizmente, muitos batizados renegam sua condição de cristãos e atraiçoam os compromissos batismais. Portanto, é necessário que todos orem pelos irmãos perseguidos em tantas partes do mundo, mas também é preciso trabalhar pelo crescimento do Reino de Cristo no meio em que se vive. Anunciá-lo por toda parte com ânimo e alegria, sobretudo com o testemunho da própria vida. É de vital importância o oferecimento dos próprios sofrimentos para que o Evangelho seja conhecido e respeitado e para que os perseguidos tenham coragem para não abandonarem a Igreja. Eis aí um apostolado que todo cristão pode e deve fazer. Ter consciência de que a nova evangelização deve ser o empenho claro e sem equívoco para que Jesus Cristo reine nos corações pela vivência de sua doutrina. Isto é trabalhar para a glória de Deus e salvação das almas. Todos unidos espiritualmente aos irmãos perseguidos e aos  que não possuem a liberdade religiosa. *Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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