A MULTIDÃO DE SOLITÁRIOS

    Esta expressão “multidão de solitários” é uma expressão do renomado sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Estou sempre em contato com essa multidão no meu cotidiano. Observo centenas de pessoas debruçadas sobre os seus celulares se relacionando de forma bizarra com outras pessoas que estão igualmente sós. Há até os que sofrem de um Transtorno Pós-Moderno muito recente chamado FOMO (Fear of Missing Out), ou seja, “o medo de perder alguma coisa importante”; por isso, estão “sempre” conectados. Um vício tão nefasto quanto qualquer outro. Para quem é gregário, as agruras da solidão só cessam quando há um vínculo afetivo compromissado. Ora, compromisso é tudo o que se evita na “modernidade líquida”.

    Para os jovens que moram com a família, o quarto costuma ser uma extensão da personalidade, o “esconderijo” que lhes permite ficar horas isolados, falando ao telefone, ouvindo música, vendo TV, surfando na internet ou simplesmente sonhando. No Japão, esse hábito tão comum produziu uma variante perversa – um contingente que permanece recluso no casulo doméstico não apenas por algumas horas, mas por meses e até anos a fio. Estima-se que mais de 1 milhão de japoneses entre 16 e 30 anos, 80% deles do sexo masculino, vivam nessa situação, já classificada como doença pela literatura médica japonesa. Eles são chamados de hikikomori, palavra que significa “recluso” ou “isolado da sociedade”.

    Na opinião de psiquiatras japoneses, esses eremitas modernos são vítimas dos próprios costumes do país. No Japão, os jovens sofrem imensa pressão para obter sucesso nos estudos e para se moldar às normas no trabalho e na sociedade. Os hikikomoris são aqueles que não aguentam a pressão e preferem retirar-se da comunidade a competir com os outros. Como expressar os sentimentos é um comportamento malvisto entre os japoneses, eles também preferem guardar para si suas angústias.

    “Se você tem um filho que destoa da média, isso é motivo de grande vergonha”, diz a psicóloga japonesa Kyoko Nakagawa. “Por isso, os pais preferem ocultar o problema e não tomar nenhuma atitude para não se sentir humilhados.” Por enquanto, a tarefa de ajudar os solitários tem sido realizada por redes de voluntários, muitos deles pais de hikikomoris. Para o psiquiatra japonês Tamaki Saito, é preciso mais do que isso para solucionar a epidemia de reclusão social. “Uma sociedade que abandona os fracos e só valoriza os fortes não é uma sociedade de verdade”.

    Vivemos era mais cruel da autodestruição, que é a autodestruição interior, a autodestruição da emoção, da razão, a terrível solidão, via o isolamento, a exclusão e a depressão. A pior perdição é se perder dentro de si mesmo, daí perde a relação com o outro e a perda da relação social. Faz do quarto um mausoléu e da cama o túmulo, isso é “Hikikomori”.

    Muitos indivíduos estão cercados de objetos, mergulhados neles, como também nas redes sociais que se perdem silenciosamente, causa a demolição no relacionamento humano, daí a vida solitária, obesidade, ansiedade, depressão e outras patologias.

    Multidões estão indo para onde não querem ir. Não seja mais um. Pare para onde você não quer ir, desista de fazer o que lhe machuca. Não seja prisioneiro de nada. Busque ajuda profissional para a sua saúde física, emocional e mental. Com ajuda da terapia você encontra o sentido da vida, amor, paz, felicidade, prosperidade, espiritualidade e novos horizontes.

    Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

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