VATICAN NEWS
Durante a audiência concedida nesta sexta-feira (18/02) ao cardeal Marcello Semeraro, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o Papa autorizou a promulgação do decreto que reconhece as virtudes heroicas da brasileira Serva de Deus Irmã Benigna Vítima de Jesus e outros 4 Servos de Deus.
Uma vida dedicada aos últimos: Maria Conceição dos Santos
Com o decreto do Papa foram reconhecidas as virtudes heroicas da Serva de Deus Benigna Vítima de Jesus (nascida Maria Conceição dos Santos), professa religiosa da Congregação das Irmãs Auxiliadoras de Nossa Senhora da Misericórdia. A fase diocesana do processo teve início na Arquidiocese de Belo Horizonte em 15 de outubro de 2011. O início da fase Romana no Vaticano em 15 de abril de 2013.
Caridade e fortaleza são os traços distintivos da personalidade de Benigna Vítima de Jesus, nascida Maria Conceição dos Santos em 16 de agosto de 1907 em Diamantina, Minas Gerais. Foi sobretudo sua mãe que lhe deu uma sólida educação na fé. Ela entrou na Congregação das Irmãs Auxiliadoras de Nossa Senhora da Piedade e estava destinada a vários serviços, dedicando-se aos pobres, aos humildes, aos doentes e aos aflitos. Durante sua vida, ela foi discriminada por muito tempo por causa de preconceitos raciais por ser negra, mesmo por algumas de suas irmãs, também ligadas à sua aparência física e várias doenças, incluindo a obesidade e distúrbios hormonais que lhe causaram muito sofrimento. Ela escondeu suas mágoas através de seu peculiar senso de humor e autoironia e da Graça que foi de onde ela tirou forças para superar dificuldades e continuar a se doar aos outros fazendo o bem. No dia 16 de outubro de 1981, após uma vida de entrega, doação e partilha, o seu imenso coração parou. Ela se foi, silenciosa, em paz, lutando até o fim, terminando sua obra grandiosa. As flores que a cobriam no caixão foram levadas pelos devotos e amigos e em seu lugar colocados bilhetes com seus pedidos de graças. Sua obra aqui na terra havia terminado.
Cardeal Pironio: um pastor ameno e acolhedor
Também foram reconhecidas as virtudes heroicas do Servo de Deus o cardeal Eduardo Pironio, argentino nascido em 3 de dezembro de 1920 em Nueve de Julio, em uma família de emigrantes italianos, que faleceu em Roma em 5 de fevereiro de 1998. Uma pessoa de grandes qualidades humanas e de profunda espiritualidade. Foi sua mãe quem lhe transmitiu – através da oração constante – uma fé forte que depois foi fortalecida através do estudo, da leitura e da meditação. Sua personalidade era caracterizada pela esperança e alegria, ligada à espiritualidade mariana do Magnificat. Pastor paternal, gentil, acolhedor, firme, mas compreensivo, ele dava muita importância às relações pessoais. Para ele, era tudo uma questão de relacionamentos: construir amizades e fazer os outros crescerem através de encontros. Nutria um amor especial pela pobreza, de tal forma que vivia desligado dos bens materiais e da riqueza, exercendo sempre a virtude da humildade. Sua capacidade de mediação, fruto da confiança na Providência e de uma vida marcada pela imitatio Christi, revelou-se inestimável durante os trabalhos da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano em Medellín, em 1968.
Dedicação aos jovens
Ordenado sacerdote em 5 de dezembro de 1943, ocupou vários cargos em seu país. Em 1962 participou como Observador na Sessão Inaugural do Concílio Vaticano II, e no ano seguinte foi nomeado como um dos “especialistas”. A partir de 1984, como Presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, escolheu três prioridades: formação, comunhão e participação. Em harmonia com o Papa João Paulo II, ele se comprometeu com a promoção e o discernimento dos novos Movimentos Eclesiais, mas seu coração estava voltado sobretudo para os jovens. Seu nome está ligado às Jornadas Mundiais da Juventude e aos encontros, foi um dos fundadores dessas Jornadas. Os últimos anos de sua vida foram marcados pela doença, assumindo o fardo de seus sofrimentos cada vez mais agudos com esperança confiante, oferecendo-os, como ele escreveu, “para a Igreja, os sacerdotes, a vida consagrada, os leigos, o Papa, a redenção do mundo”.
Maria Costanza Panas
É a cura milagrosa de uma recém-nascida de San Severino Marche, Itália, que sofria de “grave sofrimento fetal causada de um anemia fetal-natal e hemorragia cerebral; insuficiência de múltiplos órgãos”, que levou Maria Costanza Panas (Agnese Pacifica, nome de nascimento), às honras do altar. Os fatos datam de 1985 e foram os avós da garotinha que pediram sua intercessão. Uma Clarissa capuchinha, nascida em 5 de janeiro de 1896 em Alano di Piave, irmã Maria Costanza foi abadessa do mosteiro de Fabriano várias vezes, onde morreu em 28 de maio de 1963. Em 1960, ela foi obrigada a permanecer imóvel por causa de uma artrite deformante e progressiva, acompanhada de graves problemas cardíacos e respiratórios, mas ela não parou de se prodigar em prol suas irmãs.