Aquele Espírito que marcou Jesus de Nazaré, com o selo do Pai, na missão de levar a Boa-Nova aos irmãos e às irmãs, pelo sacramento do batismo, quer também, em profundidade, nos marcar no dom e na graça de vivermos nossa missão (cf. Lc 4, 18). É a palavra de Deus que vem ao nosso encontro, com o Filho sempre se dando a conhecer. Ao se revelar no encontro com a criatura humana, por meio de sua palavra, vê-se também a comunicação de alguém que é todo divino e bondade. Nós o vemos, iniciando seu programa de vida, anunciando a salvação aos pequenos e empobrecidos, dando pleno cumprimento às palavras por ele anunciadas, sendo ele próprio a salvação.
Quem o escuta com mais sentimento e espírito de fé nas Letras Sagradas, encontra-se, evidentemente, com Jesus de Nazaré. Encontrá-lo significa perceber e, ao mesmo tempo, carregar consigo as marcas de uma etapa de vida, que nos faz antever numa nítida clareza, que é o dom da salvação de Deus. Para os que se dispõem a seguir tal caminho, Jesus os chama de amigos, chamados também são a percorrer pelo caminho da verdade, ao abraçar a missão de fazer pela humanidade a mesma coisa que ele fez, aquilo que a criatura humana, por si só, jamais ousou fazer.
Que os nossos olhos fixos em Jesus de Nazaré nos ajudem a compreender as dificuldades pelas quais passa a humanidade, envolvida em desconcertantes crises. Como filhos da Igreja, repletos de confiança, somos convidados a reavivar o dom da fé e a reaprender com o Filho de Deus, dentro de uma postura lúcida e responsável, identificada com o seu Evangelho. Só mesmo um mundo inflamado da força e da misericordiosa ternura de Deus, para ter a consciência de que a Igreja é uma organização de voluntários, como se espera de seus membros.
No poder da unção sagrado do Senhor, pelo seu espírito profético, aqui no exemplo do agricultor, seguro e confiante de bons resultados em uma terra boa, jamais nos esqueçamos de colocar em nossas mãos e em nossa boca o projeto de Deus, precioso tesouro de amor solidário e fraterno, amor este identificado pelos bons frutos, unidos pela ação e oração, como nas palavras de Madre Teresa de Calcutá: “As mãos que ajudam são mais sagradas do que os lábios que rezam”. Amém!