A fé católica na Santíssima Trindade: este resumo foi escrito há mais de 1600 anos

O “Símbolo Atanasiano” sintetiza a fé católica na Santíssima Trindade e no Cristo como Deus e homem verdadeiro

OCredo Atanasiano ou Símbolo Atanasiano é atribuído a Santo Atanásio, bispo de Alexandria no século IV. Trata-se de um resumo da fé católica escrito a fim de reafirmar a doutrina cristã sobre a Santíssima Trindade e sobre a natureza de Jesus Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, combatendo assim heresias que tentavam negar essas verdades de fé – em especial a heresia do arianismo.

Santo Atanásio
Santo Atanásio

Com 44 artigos, essa formulação do credo católico também ficou conhecida pelas suas primeiras duas palavras em latim, “Quicumque vult“. Esta expressão, que em latim eclesiástico se pronuncia “kwi-kún-kwe vult“, significa “todo aquele que queira“: ela vem da primeira frase desse credo, que afirma que “todo aquele que queira salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica“.

Tradicionalmente, além do termo “credo” no sentido de compêndio essencial das verdades de fé, também costuma ser usado, no mesmo sentido, o termo “símbolo”.

O Símbolo Atanasiano

1. Todo aquele que queira salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica.

2. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade.

3. A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus.

4. Sem confundir as Pessoas nem separar a substância.

5. Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.

6. Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade.

7. Tal como é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.

8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.

9. O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso.

10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.

11. E contudo não são três eternos, mas um só eterno.

12. Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.

13. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.

14. E contudo não são três onipotentes, mas um só onipotente.

15. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.

16. E contudo não são três deuses, mas um só Deus.

17. Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.

18. E contudo não são três senhores, mas um só Senhor.

19-20. Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores.

21. O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém.

22. O Filho procede do Pai; não foi feito, nem criado, mas gerado.

23. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho.

24. Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.

25-26. E nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são coeternas e iguais entre si.

27. De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade e a Trindade na unidade.

28. Quem, pois, quiser salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.

29. Mas, para alcançar a salvação, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.

30. A pureza da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.

31. É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância da sua Mãe.

32. Deus perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana.

33. Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade.

34. E embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo.

35. É um, não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade.

36. Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa.

37. Porque, assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo.

38. Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.

39-40. Subiu aos Céus e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

41-42. E quando vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar contas dos seus atos.

43. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno.

44. Esta é a fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here