Quantas vezes ouvimos frases como: “deixa que o tempo cura” ou “com o tempo você vai esquecer”… Mas a verdade é que o tempo, por si só, não tem esse poder. O tempo apenas passa. Ele não é médico, não é terapeuta, não é remédio
Oque realmente cura são as escolhas que fazemos, os enfrentamentos que decidimos encarar e os movimentos internos e externos que realizamos dentro desse tempo.
1 A dor que não se olha de frente
Na psicologia, sabemos que a dor que é negada ou sufocada encontra formas de se manifestar em outras áreas da vida. Ela pode se revelar em adoecimentos físicos, em relações fragilizadas, em crises de ansiedade, em tristezas persistentes. Por isso, ignorar o sofrimento não o elimina: ao contrário, pode aprofundá-lo.
A dor não desaparece sozinha. Mas pode ser transformada quando existe cuidado, responsabilidade e tratamento adequado. Isso significa assumir um processo de cura — dar nome ao que dói, buscar ajuda quando necessário, abrir-se para aprender novos caminhos e, pouco a pouco, reconstruir a vida, mesmo com as marcas.
2 A fé como força que sustenta
Para nós, cristãos, a fé é parte essencial desse processo. Cristo não nos prometeu ausência de dor, mas nos assegurou Sua presença no meio dela: “No mundo tereis aflições. Coragem! Eu venci o mundo.” (Jo 16,33).
Na fé, aprendemos que a dor pode ter um sentido quando é oferecida a Deus, e que nenhuma ferida é grande demais diante do Seu amor e da Sua vontade em nos curar. O Senhor não apaga a nossa história, mas nos ensina a transformá-la, fazendo com que até as cicatrizes sejam testemunho para outras pessoas.
3 Psicologia e espiritualidade caminham juntas
A psicologia nos ajuda a compreender os processos humanos, a organizar pensamentos, a tratar feridas emocionais. A espiritualidade nos dá esperança, sentido e direção. Quando unimos os dois caminhos, encontramos força e clareza para enfrentar o que mais nos machuca.
4 O tempo é cenário, mas a ação é sua
O tempo não cura — ele apenas oferece o espaço em que podemos escolher mudar. O que realmente cura são as atitudes que tomamos nesse tempo, a coragem de encarar, o cuidado que nos permitimos receber, e sobretudo, a abertura para deixar Deus agir em nós.
A dor não desaparece sozinha. Mas pode ser transformada — quando há cuidado humano e graça divina.
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