Hoje, dia 8 de setembro, somos abençoados com a oportunidade de comemorar a festividade da Natividade de Nossa Senhora, que ocorre exatamente nove meses após a celebração da Imaculada Conceição. A Igreja se regozija intensamente durante essa festa, honrando Nossa Senhora por sua função como a Mãe de Deus encarnado, aquela que deu forma ao Verbo Divino, possibilitando assim a redenção da humanidade.
A celebração do nascimento da Virgem Maria, conforme expresso por Santo André de Creta (mencionado no Ofício das Leituras), é uma forma de homenagear o momento em que a Mãe de Deus veio ao mundo. Neste dia, também reconhecemos e celebramos várias invocações marianas tradicionais, mas é importante destacar que a verdadeira essência da festa reside na Natividade de Nossa Senhora.
O surgimento de Maria no mundo está intrinsecamente conectado à sua função materna. Maria é não apenas a Mãe de Cristo, mas também a Mãe de toda a raça humana. Ela serve como um exemplo supremo de maternidade, sendo que todas as mães encontram no seu ser uma representação genuína do propósito de sua missão. De maneira semelhante ao que ocorreu com Maria, todos nós devemos refletir sobre o propósito da nossa existência neste mundo. Qual é a tarefa que nos foi designada?
Nesta festa, a comunidade católica reverencia Nossa Senhora como um símbolo especial. Ela é como a aurora que antecipa o Sol da justiça, dissipando as sombras do pecado. A Igreja nos convida a olhar para ela como uma menina comum, mas ao mesmo tempo singular, pois é a “bendita entre todas as mulheres” (Lucas 1, 42), a Imaculada “filha de Sião”, destinada a se tornar a Mãe do Messias, conforme destacou São João Paulo II em sua Audiência de 8 de setembro de 2004.
A grandiosidade deste nascimento não reside no que os textos apócrifos descrevem com minúcias engenhosas, mas sim no significativo avanço que Deus realiza em seu eterno plano de amor. É por isso que a festividade de hoje foi celebrada com grandiosos elogios por muitos Santos Padres, que se fundamentaram em seu profundo conhecimento das Escrituras e em sua sensibilidade poética e fervor religioso.
A Igreja reconhece Maria não apenas como a Mãe de Deus, mas também como uma discípula. Maria é um exemplo e um modelo de vida cristã devido à sua fé, obediência ao seu Filho, caridade demonstrada a sua prima Isabel e sua participação nas Bodas de Caná.
Peçamos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, a fim de que, a cada dia, possamos colaborar ainda mais com a graça de Deus e acolher com generosidade o dom precioso que é a nossa própria existência. Desejamos viver uma vida cada vez mais santa, comprometendo-nos plenamente com a nossa missão específica neste mundo.
Saudações em Cristo!