A busca da saúde mental contra o suicídio

    Em que pode contribuir a psiquiatria para a vida dos católicos? Esta foi uma das perguntas abordadas numa conferência organizada no dia 21/02/2018, pelos bispos italianos sobre a fé e a saúde mental.

    A resposta foi a de que entre estes dois âmbitos do ser humano há uma “unidade psicológica e espiritual” que faz com que seja imprescindível que no momento de tratar as doenças psiquiátricas à abordagem “deva ser integral”.

    Falando à página Crux, o responsável do episcopado transalpino para a Pastoral da Saúde, Pe. Massimo Angelelli, afirmou que um dos objetivos da conferência de Roma, intitulada “Entre a segregação e o acolhimento”, foi o de superar os “mal-entendidos” que se produziram ao longo da história entre as autoridades da Igreja e os psiquiatras devido ao que consideravam um choque de competências.

    “Temiam que uma parte entrasse no campo da outra, e isso foi um erro”, explicou o sacerdote, acrescentando que as suspeitas e receios de épocas passadas foram substituídos pela “colaboração e um grande respeito mútuo”.

    As relações entre a Igreja e a psiquiatria receberam um estímulo importante no pontificado do papa Francisco, que não só tem sido um grande defensor das pessoas com doenças mentais, como também revelou, recentemente, que ele próprio consultava uma psicanalista na Argentina, nos finais da década de 70.

    “Consultei uma psicanalista judia”, disse o papa numa conversa com o sociólogo francês Dominique Wolton. “Durante seis meses fui a sua casa uma vez por semana para aclarar algumas coisas. Ela era médica e psicanalista”. Disse o papa Francisco: “Era uma pessoa muito boa. Durante seis meses ajudou-me muito, quando eu tinha 42 anos”.

    Suicídio de Padres

    Entre o ano de 2017, a fevereiro de 2018, tivemos morte suicida de 17 padres no Brasil. À sequência de suicídios de padres católicos chama nossa atenção pelos vários motivos que podem tê-los levado a tirar a vida.

    Diz o Padre James Teixeira da Costa: “A vida religiosa não dá superpoderes aos padres, pelo contrário, eles são tão falíveis quanto qualquer leigo. Em muitos casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar um momento difícil da vida. Além disso, eu destaco que o excesso de trabalho, a falta de lazer, a perda de motivação pastoral e a falta de fraternidade presbiteral, são possíveis fatores que podem levar os padres ao suicídio”.

    O psicólogo William Castilho, autor do livro “Sofrimento Psíquico dos Presbíteros”, destaca que: “O grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade. Qualquer deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda”.

    Conclusão

     

    A declaração do Papa Francisco é uma confirmação explícita que precisamos de ajuda de profissionais. As dores, os tormentos, as crises existenciais, os conflitos, o vazio, a solidão, a depressão, a fadiga de viver, a covardia e a ingratidão de pessoas que fingiam serem amigos, o deserto da fé, a aridez da alma e várias perdas na caminhada da vida, tudo isso pode sufocar e desconstruir os alicerces da crença religiosa, daí, entra em cena a terapia psicanalítica para ajudar, aliviar e consolidar o equilíbrio em prol da saúde física, emocional e espiritual. Realizar sessões de Psicanálise é viver a felicidade no real sentido da vida. A Psicanálise é a ciência da cura interior, do autoconhecimento e do autoaperfeiçoamento.

     

    Dr. A. Inácio José do Vale

    Psicanalista Clínico

    Professor e Conferencista

    Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ. E da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ.

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    Fontes:

    http://www.snpcultura.org/os_catolicos_podem_ir_ao_psiquiatra.html

    Cuidando do lado humano dos padres

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