Vigília de Pentecostes

    Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai” (Sl 103/104)

     No dia 8 de junho, a Igreja celebra a Solenidade de Pentecostes, que marca o encerramento do Tempo Pascal e acontece cinquenta dias após a Páscoa. Essa celebração é tão importante que, na noite anterior, celebramos a Vigília, do mesmo modo que acontece na Páscoa e antes de outras solenidades significativas. A Vigília da Páscoa é a mais importante do ano, considerada a “mãe” de todas as vigílias; em seguida, vem a Vigília de Pentecostes.

    A festa de Pentecostes, assim como algumas outras celebrações cristãs, tem origem no judaísmo, pois os judeus celebram a “Festa das Tendas” ou das Colheitas, cinquenta dias após a Páscoa. Os judeus colhem os frutos da terra, e nós colhemos o fruto da Páscoa, que é a vinda do Espírito Santo. Esse Espírito, deixado por Jesus, nos indicará o caminho certo a seguir, nos defenderá de todo mal e sustentará a Igreja. Por isso, nesta celebração da Vigília de Pentecostes, peçamos que o Espírito Santo desça sobre nós e nos encha com os seus dons.

    A Vigília de Pentecostes, devido à nossa realidade pastoral e, infelizmente, à violência nas grandes cidades, é celebrada ao cair da tarde, a partir das 18h ou por volta das 20h. A celebração não é muito longa, e, durante a Vigília, pedimos que o Espírito Santo venha com sua luz e renove a Igreja. Que, a partir da vinda do Espírito Santo, todos os membros da Igreja busquem a santidade no dia a dia e irradiem, no mundo, a luz de Cristo.

    Peçamos que o Espírito Santo ilumine o início do pontificado do Papa Leão XIV, para que ele consiga, por meio de suas palavras e ensinamentos, promover o diálogo e a paz entre todos. Que os jovens se sintam atraídos pela Igreja e possam ser testemunhas de Cristo no mundo de hoje.

    Vale lembrar ainda que a liturgia da Vigília de Pentecostes é diferente da Missa do dia de Pentecostes. Desse modo, o Ano Litúrgico segue seu curso, e, após a celebração de Pentecostes, retomamos o Tempo Comum.

    Peçamos, com fervor, ao longo da celebração da Vigília, que o Espírito Santo venha sobre a Igreja e sobre cada um de nós, e renove em nós o amor a Cristo e à Igreja. Que o Espírito Santo venha em socorro da nossa fraqueza e nos conceda o dom da fortaleza. Ele nos ajuda a não perder a fé nem a esperança em dias melhores. É por meio do Espírito Santo que é possível consagrar a Eucaristia, perdoar os pecados e administrar os demais sacramentos. É também pela ação do Espírito que os nossos olhos se abrem para a fé, e cremos, mesmo sem ver “fisicamente”, que Jesus ressuscitou. É através do Espírito Santo que acreditamos que o pão e o vinho se tornam Corpo e Sangue do Senhor.

    A cor vermelha, predominante na celebração de Pentecostes, indica o amor que devemos ter à Igreja de Cristo e nos lembra a cor do fogo do Espírito Santo, que deve abrasar o nosso coração. Recorda-nos ainda que somos discípulos e missionários de Cristo, e que o Espírito Santo deve inflamar o nosso coração e nos conduzir à missão.

    A primeira leitura é do livro do Gênesis (Gn 11, 1-9). Até então, os povos falavam uma só língua, todos se entendiam e tinham um único objetivo em comum. Mas, ao partirem do Oriente, foram parar na planície de Senaar e ali se estabeleceram. Resolveram construir uma torre que atingisse o céu, para que se tornassem famosos. A torre se chamaria “Torre de Babel”. O Senhor, ao ver aquilo, decidiu intervir para ver que cidade e que torre estavam construindo. Percebeu que aquele era apenas o começo de seus empreendimentos, e então desceu à Terra para confundir suas línguas, de modo que não mais se entendessem. Assim, o Senhor os dispersou por toda a superfície da Terra, e eles cessaram de construir a torre.

    O Salmo Responsorial é o 103 (104), que diz em seu refrão: “Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.” Peçamos a Deus que envie o Espírito Santo e transforme o coração das pessoas. Que o Espírito Santo derrame os seus dons sobre a humanidade, para que os povos vivam no amor e na concórdia.

    A segunda leitura desta Vigília é da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 8, 22-27). Paulo relata que toda a humanidade geme, como em dores de parto. É um contexto muito atual para os dias de hoje, em que vivemos conflitos, guerras e tantas violências em nossas cidades, além de guerras que matam inocentes e destroem vidas. A humanidade clama por socorro e geme como em dores de parto. No entanto, não devemos desistir da oração: rezemos com fé para que o Espírito Santo venha sobre nós. Peçamos que ele venha em socorro da nossa fraqueza e nos ajude a rezar; que, por meio do Espírito, alcancemos a salvação e a paz.

    O Evangelho escolhido para esta Vigília é segundo João (Jo 7, 37-39): Jesus é a fonte de água viva que sacia a sede da humanidade. Muitos se perguntavam como Ele poderia se dar em comida e bebida. Isso só é possível graças à ação do Espírito Santo. Assim também é nos dias de hoje: somente por meio do Espírito Santo temos o Corpo e o Sangue de Cristo.

    O Espírito Santo nos ilumina com a fé, e por meio dela podemos acreditar que o pão e o vinho apresentados ao altar se tornam, pela ação do Espírito, o Corpo e o Sangue de Cristo. Que o Espírito de Deus renove a nossa fé e esperança, e que possamos reconhecer sempre, na Igreja, a presença real de Jesus Cristo através da Eucaristia. Que possamos abrir os nossos olhos à fé.

    Celebremos com fé e esperança a Solenidade de Pentecostes, participando das celebrações da Vigília e do dia de Pentecostes. Que o Espírito Santo venha sobre cada um de nós e nos faça novas criaturas. Coloquemos em prática a nossa fé no dia a dia e creiamos sempre no alimento que nos garante a vida eterna: o Corpo e Sangue de Cristo. Estamos no Ano Jubilar da Esperança. Confiemos na misericórdia do Senhor e peçamos que Ele, através do Espírito Santo, renove o nosso coração.

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