“As nações de toda a terra, hão de adorar-vos, ó Senhor”. (Sl 71/72)
Celebramos neste Domingo a Solenidade da Epifania do Senhor transferida do dia 6. A Igreja vive o tempo do Natal que se encerra no Domingo dia 12 de janeiro com a festa do Batismo do Senhor, e a partir da Segunda-feira, dia 13, inicia-se a primeira parte do tempo comum. Dessa forma a Igreja vai caminhando ao longo de seu ano litúrgico e cada fiel participa desse mistério.
A festa da Epifania do Senhor é conhecida popularmente como “dia de reis”, celebrada em 06 de janeiro, dia em que as famílias costumam desmanchar os enfeites natalinos em suas casas, apesar que o tempo do Natal segue até a festa do Batismo e os enfeites poderiam ser desmontados nesse dia. A Igreja no Brasil transfere a celebração para o Domingo possibilitando dessa forma uma maior participação dos fiéis.
Neste sábado celebrei com os Palotinos o início do Oitavário da Epifania que remonta ao fundador do instituto que tem a visão da universalidade do anúncio do Evangelho e elaborou uma semana de celebrações em vários ritos e línguas. Vemos as tradições missionárias. Uma tradição iniciada em Roma e hoje difundida pelos locais onde eles estão servindo na missão evangelizadora.
A solenidade da Epifania do Senhor é quando os reis magos chegam até onde estão Maria, José e o Menino Jesus e lhe oferecem presentes: Ouro, Incenso e Mirra. Por isso, em alguns lugares do mundo nesse dia acontece a troca de presentes entre os familiares, que aqui no Brasil ocorre na noite de Natal. Do mesmo modo que os reis magos presentearam o Menino Jesus somos convidados a presentearmos uns aos outros. No Brasil, esse dia não é feriado, até por isso a celebração é no domingo, porém, em alguns países do mundo o dia de Reis é feriado.
A solenidade da Epifania é a manifestação de Deus à humanidade, ou seja, Deus revela à humanidade o seu Filho, e no seu Filho, Ele manifesta o seu amor por toda a humanidade. Ao nascer, Jesus não se manifesta somente a Israel, mas a humanidade inteira. O desejo de salvação de Deus é para todos os povos e não somente para um povo. Todos os povos devem se unir diante do presépio e adorar o menino Deus.
Neste dia da Solenidade da Epifania do Senhor façamos como os reis magos, prostremo-nos diante do Menino Jesus e o adoremos. Nos dias de hoje não ofereceremos mais ouro, incenso ou mirra, mas ofereceremos ao Senhor aquilo que temos de mais sagrado, o nosso coração e a nossa vida. Nesse dia podemos fazer um pedido especial ao Menino Jesus: que a paz reine entre todos os povos, o nascimento de Jesus foi para unir todos os povos, Ele é o príncipe da paz, o Deus conosco, e sempre foi o desejo de Jesus que todos os povos fossem um. Que nesse dia todos os povos se voltem ao presépio e tenham um único desejo em seu coração: a paz.
Os reis magos segundo a tradição são: Baltasar, Melchior e Gaspar e oferecem presentes ao Menino: Ouro, incenso e Mirra. O ouro representa a realeza daquilo Menino, ou seja, veio para ser rei de todos os povos. O incenso representa a divindade e a Mirra era um óleo muito fino entre os judeus, que era utilizado para passar nos mortos. Os magos ofereceram à Jesus aquilo que eles tinham de mais precioso, ofereçamos ao Senhor também aquilo que temos de mais precioso.
Participemos das celebrações das missas da Solenidade da Epifania nesse Domingo dia 05 de janeiro e da festa do Batismo do Senhor no próximo Domingo dia 12. As duas festas ocorrem no Domingo fica mais fácil a participação, pois já é dia de preceito.
A primeira leitura desta missa da solenidade da Epifania é do profeta Isaías (Is 60, 1-6), Isaías viveu há cerca de quatrocentos anos a.C., que tinha a missão de animar o povo de Deus que andava triste e desanimado, pois estavam regressando do exílio da Babilônia. Estavam tristes pois pensavam que Deus estava triste com eles devido aos seus inúmeros pecados. Ele exorta para o povo que levantem, pois acendeu-se a luz, a luz chegou e apareceu sobre Israel a glória do Senhor. Esse mesmo contexto serve para aquilo que estamos celebrando hoje, o povo que andava na escuridão viu uma grande luz. Essa Luz é Jesus que nasceu, e veio para iluminar as trevas do pecado, e de uma vez por todas Deus sela a aliança com a humanidade.
Todos os povos irão adorar o Senhor e se curvar diante dele, sobretudo no momento de sua morte na Cruz, no alto do monte Calvário, Ele se entrega e todos os povos se prostram diante dele, e o Senhor mostra o seu poderio salvador, o seu Filho não fica na Cruz, mas ressuscita e nos dá a garantia da vida eterna.
O salmo responsorial é o 71 (72), que diz em seu refrão: “As nações de toda a terra, hão de adorar-vos, ó Senhor”. Jesus é o Emanuel, o Deus conosco, o príncipe da paz, e toda a humanidade deve curvar-se diante D’Ele para adorá-lo. A exemplo dos reis magos, primeiramente o adoramos na manjedoura, como o Menino Deus, depois o adoraremos na Cruz e agora o adoramos na Eucaristia. Ele se fez Corpo e Sangue e vem até nós, que todos os povos se voltem ao Senhor e peçam a paz.
A segunda leitura é da carta de São Paulo aos Efésios (Ef 3, 2 -3a. 5-6), Paulo diz que é por graça de Deus que lhe foi revelado o mistério da encarnação do filho de Deus. Jesus morreu e ressuscitou para nos salvar. Deus continua a se revelar até nos dias de hoje, graças a ação do Espírito Santo. Até os pagãos são admitidos a mesma graça, por meio do evangelho. A salvação é para todos e sobretudo para aqueles que de coração sincero buscam o Senhor.
O Evangelho deste Domingo é de Mateus (Mt 2, 1-12), esse trecho do Evangelho de Mateus retrata quando os pastores foram até Jerusalém buscar informações sobre onde deveria nascer o rei dos Judeus. Eles explicam que viram a sua estrela no Oriente e queriam adorá-lo. Herodes fica muito perturbado e nervoso, pois achava que Jesus iria ocupar o lugar dele e diz que somente ele era rei em Israel. Mas, o reinado de Jesus não se trata disso, é um reinado voltado para o amor e a misericórdia e longe dos poderes desse mundo. O reinado de Jesus não é daqui, mas é eterno.
Os mestres da Lei começaram a procurar entre os escritos e encontram a passagem da escritura que diz que o menino Jesus deveria nascer em Belém de Judá, conforme havia sido prescrito pelo profeta. Herodes chama os pastores em particular e quer saber deles quando a estrela havia aparecido no Oriente, depois ele os envia a Belém e pede que assim que tivessem notícias sobre o menino voltassem até lá para contar, para que ele também fosse adorá-lo.
A intenção de Herodes não era adorar o menino Deus, mas sim matá-lo por conta de inveja. Por isso, quando os magos retornam o anjo aparece e diz para eles fazerem outro caminho e não retornem a Herodes. Por isso, Herodes fica revoltado e se sente traído pelos magos, da ordem para matar todas as crianças do sexo masculino de até 2 anos, esperando encontrar Jesus em uma delas; são os Santos Inocentes que celebramos dia 28 de dezembro.
Na missa deste Domingo agradeçamos primeiramente a Deus por ter revelado o seu filho a nós, e permitido que Ele morresse na Cruz para nos salvar. Agradeçamos a oportunidade que temos de adorar Jesus todos os dias na Eucaristia.
Peçamos a Deus muita paz para todos nós e que o mundo inteiro compreenda que somente o diálogo e o amor é o caminho para construir a paz. Que a luz de Deus continue iluminando aqueles que vivem em meio as trevas e de todos aqueles que lideram uma nação. Amém.