O adolescente e o jovem na sua dimensão afetiva, querem se sentir, amados, acolhidos, respeitados, eles desejam serem ouvidos em suas angústias e em seus dramas em primeiro lugar. Essa dimensão afetiva é a dimensão da escuta, do amor e da compreensão.
A adolescência é um período crucial para o desenvolvimento e manutenção de hábitos sociais e emocionais importantes para o bem-estar mental. Estes incluem: a adoção de padrões de sono saudáveis; exercícios regulares; desenvolvimento de enfrentamento, resolução de problemas e habilidades interpessoais; e aprender a administrar emoções. Ambientes de apoio na família, na escola e na comunidade em geral também são importantes.
Alguns adolescentes estão em maior risco de problemas de saúde mental devido às suas condições de vida, estigma, discriminação ou exclusão, além de falta de acesso a serviços e apoio de qualidade. Estes incluem adolescentes que vivem em ambientes frágeis e com crises humanitárias; adolescentes com doenças crônicas, transtorno do espectro autista, incapacidade intelectual ou outra condição neurológica; adolescentes grávidas, pais adolescentes ou aqueles em casamentos precoces e/ou forçados; órfãos; e adolescentes que fazem parte de minorias étnicas ou sexuais ou outros grupos discriminados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) metade das doenças mentais iniciam-se por volta dos 14 anos. No mundo todo, jovens se queixam de solidão duas vezes mais do que em outros grupos etários. Automutilação e ideações suicidas também aumentaram entre os grupos jovens. Se não tratamento precocemente, pode haver muitas incompatibilidades demolidoras, sejam individuais, familiares, escolares e sociais. Que a doença mental precisa ser desestigmatizada para que o diagnóstico e o tratamento precoce sejam uma realidade aos adolescentes, jovens e adultos.
Oito a cada dez brasileiros de 15 a 29 anos apresentaram recentemente algum problema de saúde mental segundo dados de pesquisa Datafolha do final de 2022. A maioria desses jovens sofreu com pensamentos negativos (66%), dificuldade de concentração (58%) e crise de ansiedade (53%). Mais da metade considera sua saúde mental como regular, ruim e péssima. A maioria dos problemas é relatada por meninas e mulheres (90%) contra 76% dos meninos e homens. As mulheres são mais afetadas que os homens em quadros de depressão e ansiedade por questões de vulnerabilidade às oscilações hormonais ao longo do ciclo reprodutivo feminino.
Políticas públicas na área de saúde mental eficientes precisam ser postas em prática com o auxílio de especialistas. Os pais estejam despreparos, observando mudanças comportamentais, de humor, de atitudes agressivas e aqui a escola e o seu quadro de educadores podem ajudar criando um ambiente em que esses assuntos de saúde mental sejam tratados sem tabus ou preconceitos. Nesse contexto assume a pedagogia da saúde integral.
Promover o bem-estar dos adolescentes, dos jovens e protegê-los de experiências adversas e fatores de risco que possam afetar seu potencial de prosperar não são apenas fundamentais para seu bem-estar, mas também para sua saúde física, emocional e mental na vida adulta.
Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.
Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.
Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.
Doutorado em Psicanálise pelo Phoenix Instituto da Flórida-EUA.
Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).
Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica