23º Domingo: 04/09/2022 (Lc 14,25-33)

    Caminhavam com Jesus numerosas multidões. Voltando-se, para elas, disse: “aquele que vem a mim e não tem maior amor a mim, do que a seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Jesus o ensinou e o viveu, morrendo na cruz, por amor de nós. Foi coerente. E nós?

    Jesus chamou seus discípulos, para formá-los com esmero, e paciência. No entanto, somente, com a vinda do Espírito Santo, se entusiasmaram com a missão recebida e a assumiram, com grande heroísmo. Ele, também, sempre deixou claro, que seus autênticos seguidores, jamais, se tornariam grande multidão. Falou, até, em pequeno rebanho (Lc 12,32), em grão de mostarda (Mt 13,31), e em fermento para levedar a massa (Mt 13,33). Portanto, seu verdadeiro seguimento não pode acontecer sem fé, amor e perseverança, até o fim. Requer ainda decisão e esta é, sempre, cisão de… É preciso, pois, amar a Deus, ao próximo, a si mesmo e até aos inimigos: “pois Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Jesus, de fato, não veio, apenas, para ensinar uma renovada doutrina, ou chamar discípulos, para o culto ou para Igreja. Veio para mudar a realidade do mundo: transformar a sociedade, para que nela, se vive-se a paz, a comunhão e a participação. Quis nos felizes, já na terra, por isso, deixou claro, para sempre e para todos: quem amar mais pai, mãe, filhos e a si mesmo, do que a mim, não pode ser meu discípulo. Portanto, é preciso renunciar a todo ódio, às injustiças e carregar sua própria cruz, não idolatrando riquezas, nem a elas se apegando. O coração dos seus seguidores, não pode estar dividido, nem apegado às coisas, pois, Deus é o único absoluto. Estamos bem convictos disso?

    Para comprová-lo, Jesus apresentou duas parábolas. Quem quiser realizar grandes construções, deve ter dinheiro, para isso. Se não ele, fará bruta figura, e quem enfrentar inimigos, que tiverem grande exército, deve perguntar-se, se possui armamento suficiente para vence-lo, com os homens que tem, ou será derrotado, quando não ainda ridicularizado. Queremos corresponder à graça da vocação? Então saibamos amar a Deus sobretudo, e além de tudo, mais do que a própria vida. Repito: não é fácil ser cristão, mas é o único verdadeiro caminho, para chegar à casa do Pai, de quem procedemos e a quem com saudades tendemos.

    Setembro: mês, por excelência, da Bíblia, na pedagogia da Igreja. Afirma São Jeronimo: “ignorar as Escrituras, é ignorar a Jesus Cristo”. Eu ainda devo acrescentar: conhece-lo e não seguido é perigoso e pode torna-se fatal, para a salvação eterna. Não defendo o desânimo nem o medo, mas preciso prevenir. (Cf. Lc 14,26-27.33)

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