Os seis anos, de 243 a 249, durante os quais Filipe, o árabe, governou o império, houve uma trégua nas perseguições ao cristianismo. No último ano aconteceu, conforme podemos ver em uma carta de Dionísio de Alexandria do Egito, um episódio que comprova não estarem os cristãos sendo perseguidos. Um charlatão alexandrino, adivinho e mau poeta, excitou a população contra os cristãos. Houve flagelação e lapidação. Conclui-se que não havia perseguição. Uma virgem de nome Apolônia, antes de ser queimada viva, foi atormentada de várias maneiras. Conta Dionísio: “Todos se lançam sobre as casas dos cristãos, cada um nas casas de vizinhos e conhecidos, depredam e devastam, levam objetivos preciosos e jogam fora o que não presta. É como uma cidade saqueada pelo inimigo. Os pagãos pegaram uma virgem, Apolônia, já idosa. Cortaram-lhe os seios e arrancaram-lhe os dentes.
Depois fizeram uma fogueira e ameaçaram jogá-la, caso não blasfemasse. Ela pediu-lhes que a deixassem livre por um instante. Soltaram-na e ela correu sozinha para a fogueira.” Essa atitude tem suscitado polêmicas, pois é um aparente suicídio. Santo Agostinho fala no livro “A cidade de Deus”, mas não toma posição. Apolônia já tinha 40 anos, quando sofreu o martírio, e seu culto logo se espalhou no Oriente e no Ocidente. Em várias cidades europeias surgiram igrejas a ela dedicadas. Em Roma erigiram-lhe uma igreja, junto a santa Maria in Trastevere, hoje desaparecida. Sobre sua vida, de que não possuímos outras notícias, conta-se a incrível história de uma jovem convertida ao cristianismo, cujo pai era pagão e que este a teria matado. Mas além das lendas fica o exemplo de generosa oferta a Cristo feito por essa virgem que é invocada, nas dores de dente. É bastante popular.
Santa Apolônia, rogai por nós!
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São Miguel Febres
Nascido no Equador, em 1854, São Miguel Febres recebeu como nome de batismo Francisco. Nasceu com uma grave deformação física nos pés, mas seus pais amaram, acima de tudo, aquele filho do Senhor. Sua deficiência não o impediu de dar passos concretos para a vontade de Deus.
O santo entrou para a Congregação dos Lassalistas depois de conhecer a vida religiosa e, ali, foi dando frutos para o Reino de Deus. Dotado de muitos dons para lecionar e escrever, pertenceu à Academia de Letras do Equador. Prestou um grande serviço em Quito, no colégio de La Salle coordenando 1200 crianças. Em tudo buscou a vontade de Deus.
Numa pobreza interior muito grande, a infância espiritual foi o seu segredo; colocou-se no lugar do ser humano, que é o coração de Deus. Totalmente dependente d’Ele e amando o próximo, seu nome de batismo era Francisco, mas seu nome religioso era Miguel. Mais do que uma mudança de nome, uma mudança constante de vida.
Como todos os santos, conseguiu corresponder ao belo chamado do Senhor. São Miguel Febres deu o seu testemunho até o último instante. Quando, no Equador, rompeu-se a perseguição aos cristãos e um grande levante anticlerical, por obediência este santo foi para a Europa. Lá, ele pôde lecionar línguas.
Em 1910, ele partiu para a glória. Suas últimas palavras foram: “Jesus, José e Maria, eu vos dou o meu coração e a minha alma”. Palavras essas que bem representam toda uma vida entregue nas mãos de Deus.
Rezemos, pedindo a intercessão desse santo para que a nossa vida seja assim também.
São Miguel Febres, rogai por nós!
Outros Santos do dia: Bem-aventurada Ana Catarina Emmerich, São Cirilo.