Andressa Collet – Vatican News
O Encontro Inclusivo de Atletismo “We run together” acontece nesta terça (24) na sua segunda edição. A competição, realizada no Centro Esportivo da Guarda Financeira em Castelporziano, a cerca de 20 Km de Roma, une aspectos esportivos e solidários e é co-organizado pela Athletica Vaticana, a equipe poliesportiva oficial da Santa Sé, e o Grupo Esportivo Fiamme Gialle. O evento contempla simbolicamente apenas provas de revezamento não-competitivas (4×400): “a entrega do bastão quer ser um sinal concreto de fraternidade”, como foi explicado em nota divulgada pela Athletica Vaticana.
A ponte de paz
O Papa Francisco, que tem encorajado por diversas vezes a experiência, desde maio de 2020 ao receber os participantes em audiência, definiu a essência dessa iniciativa ao afirmar:
“Todos juntos e com a mesma dignidade. Um testemunho concreto de como deveria ser o esporte: ou seja, uma ‘ponte’ que une mulheres e homens de diferentes religiões e culturas, promovendo a inclusão, a amizade, a solidariedade, a educação. Em outras palavras, uma ‘ponte’ de paz.”
A corrida pela diplomacia do esporte
Além da participação de campões olímpicos, haverá crianças em idade escolar, competitores oriundos de várias penitenciárias, meninas e meninos com síndrome de Down e autismo, migrantes e refugiados, de associações que ajudam mulheres que sofreram abusos e de outras realidades de fragilidade.
Como diz o Papa Francisco, ressalta Giampaolo Mattei, presidente da Athletica Vaticana, “todos os atletas são considerados no mesmo nível: o medalhista de ouro é o mesmo que o menino com Síndrome de Down ou autismo. Há 5 equipes de detentos, tanto femininas da prisão romana de Rebibbia quanto masculinas daquela de Velletri; duas equipes de refugiados do Centro Astalli, inclusive a feminina composta por duas jovens ucranianas, uma queniana e uma salvadorenha. Histórias tão diferentes de imigração que chegam e redescobrem que podem estar juntas através do atletismo”.
O comunicado da Athletica explicou ainda que será particularmente significativa “a presença, pela primeira vez, de numerosas Embaixadas junto à Santa Sé que formaram equipes, inclusive conjuntas, justamente para expressar uma mensagem de fraternidade e de paz através de uma simbólica ‘diplomacia do esporte'”.
E essa novidade é especial, acrescenta o presidente da Athletica Vaticana, já que as formações vão contar com os próprios embaixadores, “mesmo que não seja muito jovens, além de secretários, motoristas, etc. E isso é para um discurso relacionado à paz. Ou seja, quando se corre junto, se passa o bastão como um sinal de colaboração e partilha. Portanto, acredito que é uma nova iniciativa que vê todas essas realidades juntas, todas no mesmo nível e com a mesma dignidade”.
O testemunho dos embaixadores
Chiara Porro, embaixadora da Austrália junto à Santa Sé, afirmou que “o esporte, como a diplomacia, tem o poder de aproximar as pessoas e as nações. É uma linguagem universal que pode quebrar barreiras e construir pontes”, se unindo às palaras do Papa. “Seja em um campo esportivo, em uma pista de corrida ou em uma piscina, a diplomacia esportiva aproveita o poder único do esporte para aproximar pessoas, nações e comunidades”, escreveu a embaixadora em artigo para o jornal vaticano L’Osservatore Romano – onde podemos encontrar outros artigos sobre a competição: