Chegamos ao último domingo do Tempo Comum celebrando a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Hoje, aclamamos Jesus como rei de nossas vidas e rei da Igreja. Assim como o povo Judeu aclamou Jesus no Domingo de Ramos, quando Ele entrou em Jerusalém, hoje somos convidados a fazer o mesmo e aclamar Jesus como o Rei de nossas vidas e proclamá-lo nosso Rei.
Hoje chegamos ao final de mais um ano litúrgico e a partir da semana que vem, daremos início a um novo ano. Estamos terminando o ano B e, a partir da semana que vem, iniciaremos o ano C, quando iremos proclamar aos domingos o evangelho de São Lucas. Iniciaremos esse novo ano com a esperança de que seja um ano melhor e de que poderemos instaurar o Reino de Deus aqui na terra. Diferentemente do ano civil, a Igreja inicia seu novo ano agora e no dia primeiro de janeiro, celebraremos Santa Maria Mãe de Deus concluindo a oitava de Natal.
Neste final de semana iniciamos o Ano Jubilar Missionário no Brasil, no sábado o Dia da Consciência Negra, iniciaremos a Campanha pela Evangelização e comemoramos a Jornada Mundial da Juventude, diocesana, transferida de Domingo de Ramos a partir deste ano.
Faremos também a consagração do gênero humano a Cristo Rei.
Ao celebrar Jesus Cristo como Rei do Universo celebramos a esperança de almejarmos um dia o reino dos céus, onde Jesus Cristo é o Rei. Somos chamados a vivenciar o Reino de Deus aqui na terra e almejá-lo viver na eternidade. Nesse domingo acontece também a abertura da Campanha para a Evangelização, com o tema: “Ide, sem medo, para servir” (tema inspirado na homilia do Papa Francisco no final da JMJ Rio 2012 na missa de envio. Somos chamados a sermos discípulos e missionários de Jesus e a servi-lo, sobretudo nos mais pobres.
Dentre os muitos motivos para celebrarmos o dia de hoje, celebramos ainda o “Dia do Leigo”, ou seja, o dia de todo o batizado. Os leigos são chamados a serem protagonistas em suas comunidades, sendo aquilo que foram chamados a ser desde o batismo: “sal na terra e luz no mundo”. Chamados acima de tudo a construírem o Reino de Deus aqui na terra. Nesta Eucaristia, agradeçamos ao Senhor a disponibilidade de tantos leigos e leigas que se colocam a serviço do Reino de Deus. A presença do fiel leigo no mundo é a sua primeira missão sendo luz, sal e fermento com o seu testemunho cristão.
A Primeira Leitura da solenidade deste domingo (Dn 7, 13 -14) continua a leitura da semana passada. Daniel é um profeta visionário, ou seja, tinha visão apocalíptica. Daniel defendia a justiça e falava contra as injustiças. Daniel tinha a visão de um ancião de muitos dias, e esse ancião podemos comparar a Deus. E esse ancião tinha um poder eterno que não lhe seria tirado e um reino que não se dissolverá.
O Salmo Responsorial é o 92 (93). O salmista eleva a realeza de Deus e todos nós devemos louvá-lo. Deus criou tudo o que existe, ele é Santo, é forte e existe eternamente.
Na Segunda Leitura (Ap 1, 5 -8) João tem a visão da segunda vinda de Jesus, quando virá para julgar todas as nações. Ele é o princípio e o fim, o Alfa e o Ômega. Ele ressuscitou primeiro, para nos dar a certeza de que o mesmo acontecerá conosco. Do final do tempo comum ao segundo domingo do Advento, as leituras terão esse cunho mais do gênero literário apocalíptico. Que não deve nos assustar, mas fazer com que nos preparemos, ficando vigilantes e orantes, para estarmos de pé nesse momento. Quer nos dar esperança no meio das dificuldades e perseguições.
O Evangelho (Jo 18, 33b – 37) de hoje é extraído do relato da paixão, do diálogo entre Pilatos e Jesus. Pilatos chama Jesus e lhe pergunta: “Tu és o rei dos Judeus”? (Jo 18, 33). Jesus responde a Pilatos dizendo se ele tinha dito aquilo por ele mesmo, ou outros te disseram isso de mim? Pilatos responde a Jesus dizendo: Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim, que fizeste? Jesus responde dizendo que o reino dele é deste mundo e se o seu reino fosse desse mundo, os guardas lutariam para que Jesus não fosse entregue aos Judeus. E Jesus afirma novamente: “meu reino não é daqui”. E Pilatos continua indagando a Jesus: “Então tu és Rei”? E Jesus diz: Tu o dizes, eu sou rei. Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade, todo aquele que é da verdade, escuta a minha voz.
O Reino de Jesus não é daqui: o reinado de Jesus é o reino dos céus, o reino eterno, e todos aqueles que fazem a sua vontade, tomarão posse desse reino. Jesus é um rei diferente, sem capa, sem cavalo, sem viver em palácio, vive humildemente anunciando o Reino de Deus e a verdade, e todos nós somos chamados a colocar em prática esse reino de Deus nos dias de hoje.
Todos nós, hoje, somos chamados a dar continuidade na construção desse Reino de Deus, através de algumas práticas: amando o próximo, praticando a caridade, a misericórdia e o perdão. Em suma, vivenciar o Reino de Deus é viver aqui na terra as bem-aventuranças (Mt 5), pondo as bem-aventuranças em prática, viveremos o reino de Deus aqui na terra e almejaremos vivê-lo no céu.
Vivenciemos hoje o reino de Deus aqui na terra, para almejá-lo viver lá no céu. Que possamos dar continuidade a esse Reino instaurado por Jesus, enquanto esteve entre nós. Sejamos protagonistas em nossas comunidades, servindo a Deus e aos irmãos com alegria. Que todos os leigos sejam evangelizadores e cumpram a missão dada a eles desde o batismo, “ser sal na terra e luz no mundo”. Amém.
Cristo vive, Cristo reina, Cristo impera! Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!